“Voltarei à ativa com uma vontade bem mais forte”, garantiu Marcos Junio
Chegamos ao fim de uma injustiça contra o movimento sindical e toda classe trabalhadora. Em fevereiro deste ano, passageiros gravaram um vídeo em que o dirigente rodoviário Marcos Junio, diretor de comunicação da CUT Brasília, foi agredido com uma barra de ferro por um dono de ônibus da Cootarde, no momento em que tentava mediar […]
Publicado: 09 Maio, 2017 - 12h26
Chegamos ao fim de uma injustiça contra o movimento sindical e toda classe trabalhadora. Em fevereiro deste ano, passageiros gravaram um vídeo em que o dirigente rodoviário Marcos Junio, diretor de comunicação da CUT Brasília, foi agredido com uma barra de ferro por um dono de ônibus da Cootarde, no momento em que tentava mediar um conflito entre grevistas e patrões. Toda ação foi filmada por câmeras de segurança e ficou claro quando três motoristas tentaram defender o companheiro do agressor.
Mas, no ambiente neoliberal instaurado por Rodrigo Rollemberg no Distrito Federal, trabalhador sempre é o culpado, e mesmo sendo o autor da tentativa de agressão, o cooperado foi liberado e os três grevistas, detidos.
O vídeo com as imagens circulou pelas redes sociais e foi amplamente veiculado, de forma tendenciosa e inverídica, nos canais de televisão e outra mídias. Dias depois, foi ordenada a prisão preventiva de Marcos Junio, mesmo sendo ele a vítima do ocorrido. Tratava-se de mais uma tentativa do setor patronal, e dos poderes, em criminalizar e enfraquecer os movimentos sociais. “As imagens falam por si só, o vídeo é claro, eu fui agredido e me tornei réu num caso em que sou vítima”, disse o sindicalista injustiçado.
A medida arbitrária impediu Marcos Junio de exercer aquilo que tanto lhe fortalecia, dia após dia, que é defender os direitos do trabalhador. Foram mais de 30 dias de apreensão, nos quais o rodoviário se manteve acautelado, na expectativa de um triste desfecho.
Em casa, sua família foi fortemente abalada com a situação. Viúvo e pai de cinco filhos, Marco Junior sempre foi o responsável pelo sustento familiar. Impossibilitado de trabalhar, corria o risco de deixar seus dependentes sem o sustento diário. Ele nos conta que sua mãe, já idosa, chorava todos os dias por sua situação. “Me senti muito injustiçado. Minha maior preocupação era de ser preso injustamente e deixar meus filhos e a minha mãe desamparados”.
Mas, na quarta (4), a 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios julgou unanimemente favorável ao Habeas Corpus requerido pela defesa e agora, Marcos Junio pode voltar às suas atividades normais. “Fiquei muito angustiado em não poder participar da Greve Geral de 28 de abril”, comentou.
Enquanto trabalhadores são tratados como criminosos ao requererem seus direitos, patrões negligenciam acordos coletivos, deixam de pagar benefícios e atrasam salários sem o menor constrangimento. Jorge Farias, presidente do sindicato dos rodoviários, defende o companheiro afirmando que Marcos Junio estava apenas executando seu papel de sindicalista que é lutar pelo direito da categoria. “A empresa estava há mais de dois meses sem pagar salário e benefícios dos mais de 400 trabalhadores. Uma funcionária, inclusive, havia sido despejada e estava sem o que comer em casa”, conta o sindicalista.
Quanto a Marcos Junio, este promete não esmorecer. “Agora que a justiça foi feita, voltarei à ativa com uma vontade bem mais forte. Agradeço ao jurídico do Sittrater/DF, na pessoa da Dra. Marília, e a todos os companheiros que me enviaram mensagens e energias positivas nesse período tão difícil. Continuarei minha incansável luta pela manutenção dos direitos e melhorias para a categoria e, o que é mais importante, em defesa da classe trabalhadora como um todo”, ressalta.
Para o presidente do sindicato dos rodoviários, a injustiça cometida com Marcos Junio apenas reforçou a necessidade dos trabalhadores se manterem unidos. “Esse fato não cessará nossa luta em defender o trabalhador. Pelo contrário, nos motiva muito mais no combate às injustiças”, finalizou.
Fonte: CUT Brasília