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Em alerta, trabalhadoras e trabalhadores da Educação retomam atividades presenciais

O retorno às atividades presenciais, que acontece de forma escalonada a partir desta segunda-feira (02), será monitorado pelo Sinpro-DF e, caso coloque em risco a vida da comunidade escolar, será repensado.

Publicado: 02 Agosto, 2021 - 16h49 | Última modificação: 03 Agosto, 2021 - 14h08

Escrito por: Leandro Gomes e Marina Maria

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Apesar da extrema pressão dos governos federal e distrital para que os educadores retomassem as atividades presenciais sem segurança sanitária, a mobilização do Sinpro-DF − sindicato que representa a categoria − garantiu que o retorno ocorresse só após a conclusão do ciclo de imunização de toda a categoria.  O retorno às salas de aula, que acontece de forma escalonada a partir desta segunda-feira (02), será monitorado pela entidade sindical e, caso coloque em risco a vida da comunidade escolar, será repensado.

Muitas foram as tentativas do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), de obrigar a reabertura das escolas sem prover nenhuma segurança às trabalhadoras e aos trabalhadores da educação. Para se ter ideia do descaso do governante, a primeira data anunciada para o retorno das aulas presenciais foi 5 de agosto de 2020, quando a pandemia estava em seu pior momento e o número de casos de contaminação e mortes pelo vírus estavam no ápice.

"Desde então, o Sinpro-DF tem sido firme na sua  posição de que não havia condições para o retorno − o que não significa afirmar que já tenhamos", disse a diretora do Sindicato, Rosilene Corrêa.

Rosilene destacou ainda que "o que está acontecendo neste momento é uma tentativa de organização para esse retorno"."Uma vez percebido que a volta às aulas presenciais colocará a comunidade escolar em risco, é claro que não haverá acordo com o Sindicato. Passamos um ano firmes contra o retorno presencial e conseguimos que ele só ocorresse após a antecipação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 e com a conclusão do ciclo de imunização", afirmou a sindicalista.

Apesar de a vacina já ter chegado a mais de 50 mil trabalhadoras e trabalhadores da Educação do DF, o Sinpro-DF continuará em luta em defesa da saúde e segurança das trabalhadoras e dos trabalhadores. Em assembleia realizada na semana passada, a categoria aprovou indicativo de greve e calendário de alerta, monitoramento e avaliações do processo de retorno presencial às aulas em meio à pandemia da Covid-19.

Entre as ações deliberadas, estão avaliações periódicas junto à comunidade escolar, fiscalização das escolas, testagem e suspensão imediata das aulas da turma em que for detectado caso de infecção pela covid-19, além da realização de assembleias com as comunidades escolares para avaliar as condições do retorno presencial às aulas, como forma de fortalecer a gestão democrática. 

Como será o retorno

A volta às atividades presenciais começa nesta segunda (2), com  encontro pedagógicos das professoras e professores. A partir da quinta-feira (5), se o governo cumprir os protocolos sanitários,  alunos da educação infantil, do ensino fundamental e médio voltarão, gradativamente, às salas de aula.

De acordo com Rosilene, as próximas 72 horas serão determinantes para que haja o retorno com segurança para a comunidade escolar. Caso haja o descumprimento da parte do GDF a categoria pode paralisar as atividades.

"Sabemos que o momento é extremamente delicado e de alto risco. Temos uma variante que é mais uma ameaça a nossa vida. Então, é preciso verificar se, de fato, o governo cumpriu com sua parte de organizar as escolas para esse retorno”, afirmou Rosilene.

A sindicalista afirmou ainda que a categoria aprovou indicativo de greve, mas espera que não haja necessidade de deflagrar o movimento paredista. “Diante de uma ameaça maior, pode ser que a categoria tome essa decisão. Se for para termos uma greve, será um movimento da Educação. Isso envolve professoras, professores, pais, estudantes, toda a comunidade escolar", explica a dirigente do Sinpro-DF.