Escrito por: Sinpro-DF
A Comissão de Negociação do Sinpro-DF solicitou ao GDF a apresentação de um protocolo de segurança sanitária específico para a educação em casos de confirmação ou suspeita de infectados com Covid-19
A rede pública de ensino do Distrito Federal já começa a conviver com o temor de uma nova onda de infecções e mortes decorrentes da Covid-19. Desde o retorno das aulas presenciais, no dia 5 de agosto, 23 escolas da rede tiveram casos do novo Coronavírus confirmados, o que, infelizmente, confirma a preocupação do Sinpro-DF, da categoria e da comunidade escolar em geral com o aumento da curva de óbitos.
Além destes novos casos, o registro de uma professora do Centro de Educação da Primeira Infância Gavião, no Lago Norte, infectada com a variante Delta da Covid-19, aumenta a preocupação, já que a variante originada na Índia é considerada mais transmissível. Não bastasse o risco que estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e demais profissionais da Educação estão passando diante do aumento dos casos, pais de alunos denunciam que a escola não foi fechada e nem teve seus funcionários(as) testados(as), mesmo diante do resultado positivo para a variante Delta. “A escola não foi fechada em nenhum momento nem os funcionários foram testados, conforme indicação do Sinpro-DF”, criticou um dos pais, que preferiu não se identificar.
Em comunicado, o Centro de Educação da Primeira Infância Gavião informou que uma professora do turno vespertino testou positivo para a variante Delta da Covid-19, e que o último dia de trabalho presencial foi quarta-feira (11) passada. “As aulas presenciais foram suspensas desde o dia seguinte. A turma que utiliza a mesma sala no turno contrário permanece no ensino remoto; por isso, não houve necessidade de cancelamento da aula presencial”, diz o comunicado, salientando que as demais turmas seguem em aulas remotas.
A diretora da escola, Andressa Vieira de Oliveira, disse que é contra a postura de retorno às aulas presenciais e revelou que, por meio de assembleia, adiou o retorno por quatro dias para preparar o local com tempo mais hábil. “Construímos protocolos de segurança, recebemos um infectologista, a escola adquiriu EPI apropriado para todos os funcionários, professores, terceirizados e até para as crianças que a família não teria máscara apropriada”, conta. Andressa ainda ressalta que devido ao protocolo montado, o contato entre pessoas é mínimo na escola. “Mesmo não concordando com o retorno presencial nesse momento, a gente precisou se organizar para minimizar os danos”, explica.
Protocolo de segurança sanitária
Desde a determinação do retorno presencial, o Sinpro-DF tem se esforçado para garantir que o risco de infecção pelo Coronavírus seja amenizado nas escolas. Em reuniões com representantes do Governo do Distrito Federal, a Comissão de Negociação do sindicato tem solicitado a apresentação de um protocolo de segurança sanitária específico para a educação em casos de confirmação ou suspeita de infectados com Covid-19. Ao invés de investir no respeito ao protocolo, a pauta ainda está em debate no governo, fato que aumenta ainda mais os riscos.
O objetivo do Sinpro é construir um protocolo que foque nas ações que devem ser tomadas ao se verificar suspeitos ou infectados com Covid-19 em sala de aula. Com isso, devem ser estabelecidos critérios que indicarão, por exemplo, se a suspensão do ensino presencial será realizada apenas na turma onde houve o caso do novo Coronavírus ou em toda a escola, ou mesmo se a testagem será restrita aos suspeitos de infecção ou feita em massa.
Atualmente, as escolas públicas realizam a aplicação de protocolos de segurança focados na prevenção. Com isso, há a indicação de uso de máscara, álcool em gel, higienização das mãos, diminuição da circulação de pessoas nas escolas e outras estratégias. “Não podemos tratar a escola simplesmente como repartição pública, como um andar de ministério ou de uma secretaria. O espaço escolar tem suas singularidades e especificidades, e isso deve ser levado em conta”, afirma o diretor do Sinpro-DF, Cléber Soares, integrante da Comissão de Negociação.
Comitê de monitoramento
O Sinpro está solicitando que o governo do DF também faça a testagem de forma preventiva, e não somente após a infecção ser detectada, já que desta forma o risco de contaminação é total. Nossa posição é que o governo apresente a testagem de forma preventiva.
Coleta de dados
Diante do aumento nos casos da Covid-19, é mais que urgente a disponibilização de um sistema informatizado de coleta de dados sobre a Covid-19 nas escolas da rede pública de ensino do DF, para emitir boletins epidemiológicos. O instrumento permitiria que pais, mães, estudantes e a categoria pudessem analisar a situação da pandemia no DF, além de avaliar os riscos de contágio em cada região da capital federal.
A insistência do sindicato com a coleta de dados é devido ao fato que a sociedade tem direito de saber. Como as escolas são públicas, informações como esta dizem respeito à toda a sociedade e à vida de cada pessoa. “Mais do que nunca é necessário que a Secretaria de Educação formalize este boletim com os dados de como a rede está se comportado para que a própria sociedade se sinta mais segura e tranquila, assim como os profissionais”, salienta a coordenadora da Secretaria de Imprensa do Sinpro, Letícia Montandon.
Confira as escolas com novos casos de Covid:
1 – Jardim Infância 308 Sul
2 – CEI 416 Santa Maria
3 – CEI 08 Taguatinga
4 – CEI 307 de Samambaia
5 – EC 102 Sul Plano Piloto
6 – EC 407 de Samambaia
7 – EC 415 Samambaia
8 – EC 100 Santa Maria
9 – EC 308 Sul do Plano Piloto
10 – EC 55 de Taguatinga
11 – EC 121 Samabaia
12 – CAIC UNESCO São Sebastião
13 – CAIC Walter José de Moura de Taguatinga
14 – CAIC Bernardo Sayão Ceilândia
15 – CAIC Paranoá (estudante da educação infantil)
16 – Escola Classe 305 Sul – 1 servidor
17 – CAIC de Sobradinho II
18 – CEI 04 de Taguatinga
19 – JI 108 Sul. – 2 crianças
20 – CEI Galvão – 1 professora (variante Delta)
21 – EC 13 de Ceilândia (1 aluno)
22 – CED Myrian Ervilha
23 – Recanto das Emas (4 funcionários com Covid)