Escrito por: Leandro Gomes
Os trabalhadores avaliarão a possível contraproposta apresentada no TRT, que, se rejeitada, empurrará a categoria à greve
Após inúmeras rodadas de negociação, sem acordo, a campanha salarial dos vigilantes do DF foi parar na Justiça. Isso porque os patrões insistem em retirar direitos históricos e inegociáveis dos trabalhadores, o que a categoria já deixou claro que não aceitará. Para tentar resolver o impasse, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) marcou uma audiência de conciliação para a próxima quarta-feira (8), às 14h.
Após o encontro, a categoria realizará assembleia para avaliar uma possível contraproposta apresentada pela Corte. Caso a proposta seja rejeitada, os trabalhadores marcarão nova assembleia, já com indicativo de greve.
“Não queremos que chegue a esse ponto, mas, se não houver acordo, sairemos da assembleia em greve. Uma mobilização muito forte em defesa dos nossos direitos”, afirmou o secretário-geral da CUT-DF e diretor do Sindicato dos Vigilantes do DF (Sindesv-DF), Roberto Miguel.
Retrocessos
Entre os diversos ataques aos direitos dos vigilantes, duas dessas propostas são consideradas indecorosas pelo Sindesv-DF e têm impacto direto na vida do trabalhador. A primeira é a mudança no seguro de vida. Hoje, o benefício é pago em casos de morte em qualquer local ou decorrente de qualquer tipo de doença. A proposta do patronal é que o pagamento seja realizado apenas se o vigilante morrer em serviço.
A segunda e mais grave alteração seria no Plano de Saúde da categoria. Atualmente o serviço é gerido pelo Sindicato e disponibiliza cinco hospitais e várias clínicas de qualidade espalhadas pelo DF. A proposta dos empresários é que o Plano passe a ser administrado pelo Sindicato Patronal, com apenas um hospital com qualidade e serviço questionáveis.
“Não negociamos essas cláusulas", enfatizou Roberto Miguel.
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