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Vida das mulheres x crise econômica é tema de atividade da CUT-DF, neste sábado (26)

Lideranças feministas debatem impactos da recessão e da perdas de direitos na vida das trabalhadoras

Publicado: 24 Fevereiro, 2022 - 15h40

Escrito por: Vanessa Galassi

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Como parte das ações do 8 de março, Dia Internacional de Luta por Direitos das Mulheres, a CUT-DF realizará debate sobre a vida das mulheres trabalhadoras em meio à crise econômica gerada pelos desgovernos Bolsonaro e Ibaneis. A ação será neste sábado de carnaval (26/02), às 11h, no estacionamento do Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade de Brasília. A atividade será transmitida ao vivo pelo Facebook da Central. 

“A gente precisa dialogar com a sociedade e explicar os porquês das mulheres, principalmente as negras, serem as principais prejudicadas nesse cenário de crise econômica. Não é por acaso. Mulheres são maioria no setor de serviços, além de também serem maioria na categoria dos trabalhadores informais. Esses foram setores muito atacados com a pandemia e com as reformas do governo Bolsonaro, principalmente a reforma trabalhista”, dialoga a secretária de Mulheres Trabalhadoras da CUT-DF, Thaísa Magalhães.

A sindicalista ainda lembra que, em nenhum momento, os governos federal e distrital tiveram a iniciativa de criar políticas públicas efetivas para resguardar a vida financeira das mulheres. “Ao contrário, o governo federal acabou com o Bolsa Família e desidratou o Minha Casa Minha Vida, programas essenciais para gerar vida digna e a emancipação financeira das mulheres”, diz Thaísa Magalhães.

Paralela à crise econômica, as mulheres também tiveram mais horas dedicadas ao trabalho doméstico durante a pandemia, seja nas atividades realizadas em casa ou no cuidado com algum familiar. “Historicamente somos exploradas. Entretanto, desde a redemocratização do país, nunca tivemos um período em que isso fosse tão acentuado. E o problema não é apenas a pandemia da Covid-19, mas sobretudo a ausência de políticas públicas para mulheres”, alerta a dirigente da CUT-DF.

Corte sem precedentes

De 2015, pouco tempo antes do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, a 2020, já no governo Bolsonaro, a redução do gasto do Estado com políticas para as mulheres caiu de R$ 139,4 milhões para R$ 36,5 milhões. A queda coincidiu com o início da pandemia da Covid-19, e colocou as mulheres em ainda mais vulnerabilidade.

O Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) mostrou que, “após cinco anos de subfinanciamento das políticas para as mulheres”, o governo dispôs de R$425 milhões para o ministério Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, de Damares Alves. “Porém, até meados de maio de 2020, o ministério executou somente R$11,3 milhões, o equivalente a 2,6% do que está disponível”, afirma o Inesc.

O Instituto ainda denuncia que, “o Plano Plurianual (PPA) 2020-2023 excluiu o ‘Programa 2016: Políticas para as Mulheres: Promoção da Igualdade e Enfrentamento a Violência’, que era destinado somente às mulheres, e criou o ‘Programa 5034: Proteção à Vida, Fortalecimento da Família, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos para Todos’, que é um guarda-chuva para execução de políticas do ministério destinadas às mulheres, aos idosos e a pessoas com deficiência”. Com a fusão dos programas, as políticas específicas para mulheres tendem a ficar ainda mais prejudicadas e sem transparência.

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