Escrito por: Marina Maria
O movimento realizou grande ato político-cultural no coração e reuniu uma diversidade de lutas no coração de Brasília
Os cantos, gritos, tambores e batucadas das mulheres do Distrito Federal ecoaram em Brasília no dia 8 de março. A data marca a luta feminista internacionalmente e reuniu, na torre de TV, diversas frentes de mulheres, entidades, sindicatos, partidos, a CUT-DF e muitas outras organizações com o mote: “Ainda estamos aqui! Pela vida das mulheres, contra o machismo, o racismo é o fascismo! Sem anistia!”.
A atividade começou com uma roda de capoeira, seguida por falas políticas e outras apresentações culturais, como a Batucada Feminista e o grupo Batalá. Após esse primeiro momento, as militantes se organizaram e desceram em marcha até a rodoviária do Plano Piloto, onde o movimento se dispersou.
“Há nove anos a gente organiza o 8 de março unificadas. Somos coletivos, entidades, partidos e organizações de mulheres no Distrito Federal. Essa organização não é fácil, existem divergências, mas a resistência e resiliência unem sempre as mulheres, que têm sido as protagonistas das mudanças no Brasil”, afirmou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães.
“A gente conseguiu organizar o ‘Ele não’, a gente conseguiu derrotar o Bolsonaro nas urnas. Somos nós, as mulheres, que estamos levantando a pauta da comida, da saúde, da educação. O 8 de março significa sim lutar pelas pautas específicas das mulheres, mas ele é também um momento de dar visibilidade às lutas de toda a sociedade brasileira”, ponderou Thaísa.
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Um dia político
No DF, as mulheres decidiram utilizar a linguagem carnavalesca na mobilização do 8 de março, tendo em vista que a mobilização aconteceu apenas dois dias após o fim do carnaval esse ano. Dessa forma, foram confeccionados estandartes com as pautas do movimento, bem como tiaras e outros adereços atribuídos à maior festa do Brasil. Apesar da aparente descontração dessa linguagem, os temas tratados foram muito sérios.
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O fim da escala 6x1, a igualdade salarial entre homens e mulheres, o direito ao aborto legal,o fim do assédio moral e sexual e a solidariedade a mulheres que vivem em zonas de conflito foram alguns dos temas abordados no protesto. As mulheres CUTistas compareceram de forma massiva ao ato e representaram dezenas de sindicatos filiados à CUT-DF.
“Ainda estamos aqui lutando contra as desigualdades estruturais no mercado de trabalho. Mesmo com a aprovação da Lei de Igualdade Salarial entre homens e mulheres, nós ainda ganhamos 22% a menos do que os homens. Apesar desse número, é importante destacar que estamos avançando na fiscalização da desigualdade salarial e no combate aos assédios moral e sexual, com o apoio da CUT e das entidades sindicais. Nós seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, afirmou a secretária Nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Amanda Corcino.
Clique aqui e leia a carta manifesto do 8 de março unificadas DF e entorno.