Na primeira assembleia do ano realizada na noite de quarta (11), os trabalhadores dos Correios do Distrito Federal rejeitaram, por unanimidade, as medidas nocivas implementadas em algumas unidades, apresentadas como “melhorias”, e a proposta da empresa em relação ao plano de saúde. Além do Sintect/DF, outros 30 sindicatos que representam a categoria noutros estados estão […]
Na primeira assembleia do ano realizada na noite de quarta (11), os trabalhadores dos Correios do Distrito Federal rejeitaram, por unanimidade, as medidas nocivas implementadas em algumas unidades, apresentadas como “melhorias”, e a proposta da empresa em relação ao plano de saúde.
Além do Sintect/DF, outros 30 sindicatos que representam a categoria noutros estados estão avaliando a mesma pauta deliberativa e o resultado conjunto será debatido na 40ª Plenária da Fentect (federação nacional), que ocorrerá nos dias 26 e 27 de janeiro, com a possibilidade da construção de uma contraproposta por parte dos trabalhadores.
Entre as medidas rejeitadas em Brasília está o fechamento de várias agências pelo país, a exclusão do turno da madrugada no Centro de Tratamentos de Cartas (CTC/DF), a proibição do uso de celular, a implementação da Distribuição de Distrito Alternada (DDA) e o mais recente ataque dos Correios aos trabalhadores: a demissão sem justa causa.
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Em relação ao Plano de saúde, a ideia da empresa é que seja cobrada uma mensalidade fixa, que varia de acordo com a faixa salarial e número de dependentes do funcionário, mais o compartilhamento entre 10% e 30% sobre consultas e outros procedimentos. Outros pontos prejudiciais são o impedimento da inclusão dos pais como dependentes no plano e a redução gradual da participação dos Correios no custeio desses beneficiários. A intenção é que, em 10 anos, o funcionário arque integralmente com as despesas do plano dos pais, por exemplo.
“É uma medida inviável. Em uma margem de pouco tempo, o trabalhador vai adquirir uma dívida que jamais conseguirá pagar. É importante ressaltar que, recebendo os menores salários de todas as empresas públicas, não temos condições de suportar essas mensalidades”, afirmou Amanda.
A direção dos Correios alega que o plano de saúde é responsável pelo possível déficit da empresa. No entanto, a ECT tem gastado excessivamente em outras áreas que não são prioridades. Prova disso são os inúmeros patrocínios a eventos e atos de gestão que custaram cerca de R$ 7 bi; o repasse de R$ 3,9 bi a mais para a União; a rescisão de contrato com o Banco do Brasil no valor de R$ 2 bi e a reserva dos pós-emprego, estimada em R$ 1,6 bi, para arcar com as despesas que os trabalhadores ainda vão gerar após a aposentadoria.
A Comissão Paritária, composta também por membros escolhidos pela Fentect, esteve debatendo com a direção da empresa e propondo melhorias para o plano de saúde. O grupo defende, entre outros pontos, o retorno do modelo antigo de autogestão, em que o plano era gerido pelo departamento de Recursos Humanos (RH); a criação de um mecanismo de governança em que os trabalhadores participem das decisões relacionadas ao plano e a reabertura imediata dos ambulatórios e do plano de benefícios de medicamentos.
“O debate da Comissão não se resume aos custeios do plano. A responsabilidade da comissão é discutir, antes de tudo, melhorias para o plano que está sucateado”, destacou a presidenta.
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Amanda ressaltou que só a mobilização dos trabalhadores pode barrar a pauta de retrocessos. “Não aceitaremos que essas medidas sejam impostas a nós. Lutaremos o quanto for preciso para barrá-las. Para tanto, é necessário que a categoria esteja unida, pois, juntos somos mais fortes”, concluiu.
Ainda durante a assembleia, os presentes elegeram os delegados que participarão da Plenária da Fentect no final de janeiro.
Fonte: CUT Brasília com Sintect/DF