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Trabalhadores dos Correios rejeitam reestruturação nociva na empresa e no plano de saúde

Na primeira assembleia do ano realizada na noite de quarta (11), os trabalhadores dos Correios do Distrito Federal rejeitaram, por unanimidade, as medidas nocivas implementadas em algumas unidades, apresentadas como “melhorias”, e a proposta da empresa em relação ao plano de saúde. Além do Sintect/DF, outros 30 sindicatos que representam a categoria noutros estados estão […]

Publicado: 12 Janeiro, 2017 - 12h11

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Na primeira assembleia do ano realizada na noite de quarta (11), os trabalhadores dos Correios do Distrito Federal rejeitaram, por unanimidade, as medidas nocivas implementadas em algumas unidades, apresentadas como “melhorias”, e a proposta da empresa em relação ao plano de saúde.

Além do Sintect/DF, outros 30 sindicatos que representam a categoria noutros estados estão avaliando a mesma pauta deliberativa e o resultado conjunto será debatido na 40ª Plenária da Fentect (federação nacional), que ocorrerá nos dias 26 e 27 de janeiro, com a possibilidade da construção de uma contraproposta por parte dos trabalhadores.

Entre as medidas rejeitadas em Brasília está o fechamento de várias agências pelo país, a exclusão do turno da madrugada no Centro de Tratamentos de Cartas (CTC/DF), a proibição do uso de celular, a implementação da Distribuição de Distrito Alternada (DDA) e o mais recente ataque dos Correios aos trabalhadores: a demissão sem justa causa.

img88img88Para Amanda Corcino, presidenta do Sintect/DF, a intenção da direção d os Correios é tornar a empresa atrativa para o mercado. “Esse pacote de maldade que eles chamam de reestruturação nada mais é que uma estratégia rumo à privatização. A ECT segue os mesmos passos de empresas de correios que foram privatizadas em outros países,” disse.

Em relação ao Plano de saúde, a ideia da empresa é que seja cobrada uma mensalidade fixa, que varia de acordo com a faixa salarial e número de dependentes do funcionário, mais o compartilhamento entre 10% e 30% sobre consultas e outros procedimentos. Outros pontos prejudiciais são o impedimento da inclusão dos pais como dependentes no plano e a redução gradual da participação dos Correios no custeio desses beneficiários. A intenção é que, em 10 anos, o funcionário arque integralmente com as despesas do plano dos pais, por exemplo.

“É uma medida inviável. Em uma margem de pouco tempo, o trabalhador vai adquirir uma dívida que jamais conseguirá pagar. É importante ressaltar que, recebendo os menores salários de todas as empresas públicas, não temos condições de suportar essas mensalidades”, afirmou Amanda.

A direção dos Correios alega que o plano de saúde é responsável pelo possível déficit da empresa.  No entanto, a ECT tem gastado excessivamente em outras áreas que não são prioridades. Prova disso são os inúmeros patrocínios a eventos e atos de gestão que custaram cerca de R$ 7 bi; o repasse de R$ 3,9 bi a mais para a União; a rescisão de contrato com o Banco do Brasil no valor de R$ 2 bi e a reserva dos pós-emprego, estimada em R$ 1,6 bi, para arcar com as despesas que os trabalhadores ainda vão gerar após a aposentadoria.

A Comissão Paritária, composta também por membros escolhidos pela Fentect, esteve debatendo com a direção da empresa e propondo melhorias para o plano de saúde. O grupo defende, entre outros pontos, o retorno do modelo antigo de autogestão, em que o plano era gerido pelo departamento de Recursos Humanos (RH); a criação de um mecanismo de governança em que os trabalhadores participem das decisões relacionadas ao plano e a reabertura imediata dos ambulatórios e do plano de benefícios de medicamentos.

“O debate da Comissão não se resume aos custeios do plano. A responsabilidade da comissão é discutir, antes de tudo, melhorias para o plano que está sucateado”, destacou a presidenta.

img89img89A deputada federal, Erika kokay (PT/DF), esteve presente no ato e demonstrou apoiou à categoria. Ela criticou o conjunto de projetos do governo que atingem a classe trabalhadora e se comprometeu em criar, na Câmara dos Deputados, uma Comissão Suprapartidária em Defesa dos Correios para combater as medidas apresentadas pela direção da empresa. “Esse governo ilegítimo ousa desconstruir a CLT, conquistada pelos trabalhadores com muita luta, e agora quer entregar nossas riquezas ao capital estrangeiro. Não deixaremos que privatizem os Correios, empresa que tem a cara do povo brasileiro. Esse bem é nosso”, disse a deputada.

Amanda ressaltou que só a mobilização dos trabalhadores pode barrar a pauta de retrocessos. “Não aceitaremos que essas medidas sejam impostas a nós. Lutaremos o quanto for preciso para barrá-las. Para tanto, é necessário que a categoria esteja unida, pois, juntos somos mais fortes”, concluiu.

Ainda durante a assembleia, os presentes elegeram os delegados que participarão da Plenária da Fentect no final de janeiro.

Fonte: CUT Brasília com Sintect/DF