Após 133 dias em greve, os servidores técnico-administrativos da UnB decidiram em assembleia realizada nesta quarta-feira (7) finalizar o movimento paredista. A decisão foi tomada após o governo assinar o acordo firmado com a categoria, em reunião na noite dessa terça. As atividades nos setores de trabalho da Universidade voltam ao normal a partir desta […]
Após 133 dias em greve, os servidores técnico-administrativos da UnB decidiram em assembleia realizada nesta quarta-feira (7) finalizar o movimento paredista. A decisão foi tomada após o governo assinar o acordo firmado com a categoria, em reunião na noite dessa terça. As atividades nos setores de trabalho da Universidade voltam ao normal a partir desta quinta-feira (8).
Além do reajuste salarial de 10,8% dividido em dois anos (5,5% em agosto de 2016 e 5% em janeiro de 2017), os técnico-administrativos das universidades federais, assim como outros setores do funcionalismo federal, receberam reajuste de 22,8% no auxílio-alimentação e no auxílio-saúde. No caso do auxílio alimentação, o benefício passará a ser de R$ 458. Já o auxílio-saúde é variável. Os servidores também conquistaram 317,3% no auxílio-creche, índice que eleva o benefício a R$ 396.
Para a Fasubra e para o Sintfub – federação e sindicato que representam a categoria, a proposta está aquém do que necessitam os técnico-administrativos, diante do índice da inflação no período (superior a 10%). Entretanto, frente à inflexibilidade do governo, não havia mais chance de avançar. Para as entidades sindicais, de todos os itens do acordo, o ponto mais importante é referente ao reajuste de 0,1% no step – percentual de diferença entre um padrão de vencimento e o padrão seguinte na tabela salarial –, índice que passará a valer a partir de janeiro de 2017.
O acordo também afirma que, no prazo de 180 dias após a assinatura do acordo, o Ministério do Planejamento apresentará os encaminhamentos feitos pelo Ministério da Educação sobre aproveitamento das disciplinas de graduação e pós-graduação para pleitear o incentivo à capacitação para todos os níveis; afastamento para capacitação e qualificação, entre outros. O termo garante ainda que a discussão sobre o aprimoramento da carreira se dará até 31 de maio de 2016, com início em outubro de 2015. Entre os ganhos, foi garantido o reconhecimento de títulos de mestrado e doutorado obtidos fora do país, desde que aplicadas as normas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Veja a íntegra do acordo aqui
Quanto aos dias parados, o acordo entre governo e Fasubra garante que a reposição do serviço (e não dos dias parados) será fiscalizada pelas instituições federais de ensino superior.
Jornada de 30 horas
A negociação entre governo e Fasubra não gerou resultados positivos quanto à pauta que exige a implementação da jornada de trabalho de 30 horas semanais, luta histórica da categoria. Como outros setores do funcionalismo federal também adotaram o pleito, o governo recuou da portaria que determinaria o modelo de jornada nas universidades federais e deixou a cargo do administrador máximo das instituições decidir sobre o tema.
Diante disso, o Sintfub afirma que a luta pela implementação da jornada de 30 horas semanais não acabou. “Continuaremos com esta luta até que ela seja atendida. Não é um devaneio nosso, como afirma o reitor Ivan Camargo (reitor da UnB), mas uma pauta justa, legal e que trará benefícios não só aos servidores, como também para toda a comunidade universitária”, afirma o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes, que também é dirigente da CUT Brasília.
Fonte: Sintfub