Sindlurb cobra valorização dos garis: “Reconhecimento sem valorização é falácia”
o PL 4146/20, que prevê a regulamentação da profissão foi debatido na Câmara dos Deputados nessa terça (10)
Publicado: 11 Junho, 2025 - 14h49 | Última modificação: 11 Junho, 2025 - 14h57
Escrito por: Leandro Gomes

“Investir na limpeza urbana é investir em saúde, em meio ambiente e em turismo. Investir na limpeza é deixar de sobrecarregar o SUS e a Previdência Social”, defendeu o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana do DF (Sindlurb) Raimundo Nonato, em audiência na Câmara dos Deputados nesta terça (10).
O encontro aconteceu na Comissão de Finanças e Tributação da Casa e debateu o Projeto de Lei 4146/20, que regulamenta a profissão de trabalhador essencial do setor.
O PL prevê carga horária semanal de 36 horas — salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo — e piso salarial nacional de dois salários mínimos mensais, reajustado anualmente.
O projeto estabelece ainda que o trabalhador essencial de limpeza urbana fará jus ao adicional de insalubridade em grau máximo, sendo devido o pagamento extra de 40% do salário, sem contar acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros. A aposentadoria especial com 25 anos de contribuição também consta do PL.
Dignidade para quem dá dignidade à cidade
Além de sindicalistas e parlamentares, garis de todo o país lotaram o Plenário 4 da Câmara para exigir reconhecimento, valorização, dignidade e remuneração justa.
Em sua fala, Raimundo Nonato pontuou as dificuldades enfrentadas diariamente pelos trabalhadores do segmento e destacou a necessidade de intensificação da mobilização em torno da aprovação do PL.
“Gostaria muito que a gente não precisasse parar, mas se a gente só é visto quando faz greve, parando, vão entender o valor que tem o trabalhador da limpeza urbana. Se a gente parar, tudo para. Muitos falam que reconhecem a importância do nosso trabalho, mas reconhecimento sem valorização é falácia”, disse Nonato.
A deputada federal Erika Kokay também participou da audiência pública e defendeu celeridade na aprovação do PL na Câmara. Para ela, a Comissão de Finanças e Tributação, onde a proposta tramita, precisa votar o projeto ainda neste semestre.
“Estamos falando de questões para dar dignidade para quem dá dignidade para a própria cidade. Todo mundo diz aqui que esse projeto é justo e, se é justo, não adianta ficar só em palavras. Justo significa votar e aprovar este ano”, disse a parlamentar.
O projeto já foi aprovado, com mudanças, pelas comissões de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; e de Trabalho.
Com informações da Agência Câmara.