Escrito por: Marina Maria

Sindicatos de várias partes do país se reúnem em Brasília contra CGPAR 42

Trabalhadores saíram vitoriosos da atividade, que resultou no acordo de que um novo texto será formulado com a contribuição das entidades sindicais

Marina Maria

Na manhã desta quarta-feira (29), sindicatos que representam servidores de empresas públicas estatais de várias partes do país realizaram ato em frente ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI) pela revogação da CGPAR 42. O conjunto de medidas prejudica os trabalhadores, os processos de negociação por direitos e a contribuição aos planos de saúde das categorias. Após o ato nacional em Brasília, uma comissão foi recebida pelo MGI para tratar da resolução e ficou acordado que até 1° de março de 2024 um novo texto será redigido, dessa vez, com a contribuição dos representantes dos servidores de empresas públicas estatais.

“Nós, servidoras e servidores de empresas públicas estatais, vivemos os últimos anos com uma espada sobre nossas cabeças, que era a ameaça de privatização. Lutamos bravamente contra essa ofensiva, mas perdemos muitos direitos. Agora, estamos exigindo a revogação da CGPAR 42 porque esse conjunto de resoluções é incompatível com o projeto que elegemos nas urnas”, explicou a secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT e presidenta do Sintect/DF, Amanda Corcino.

 

A sindicalista explicou ainda que, com obrigação dos beneficiários de planos de saúde dividirem os custos com as empresas meio a meio, muitos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios não têm mais a capacidade de custear o benefício.

Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, que também participou do ato, a resolução também implica em um grande prejuízo para os sindicatos, pois estabelece limites no processo de negociação das entidades com as empresas públicas. “Já estamos chegando em dezembro e até agora não tem nenhum caminho apontado de como essa revogação vai acontecer e é por isso que esse ato está acontecendo. Várias negociações de empresas públicas e estatais estão travadas por conta dessa normativa”, destacou Rodrigo.

 

Entenda o impacto da CGPAR 42

A Resolução 42 da CGPAR foi assinada pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, ao apagar das luzes do governo Bolsonaro, que reeditou o texto do governo Temer, contido na antiga Resolução 23, de 2018, que foi revogada em setembro de 2021 pelo Congresso Nacional, após intensa luta das organizações sindicais e das categorias impactadas.

Os limitadores impostos pela Resolução 42 da CGPAR foram o principal entrave enfrentado pelas federações de petroleiros nas negociações com a Petrobrás e subsidiárias e sua derrubada é fundamental para o restabelecimento da relação de custeio 70×30 da AMS. A Resolução 42 obriga os beneficiários de planos de saúde autogeridos por estatais a dividir os custos com as empresas (50×50), o que impactou trabalhadores não só do Sistema Petrobrás, como também dos Correios, Embrapa, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Casa da Moeda, Codevasf, Conab, BNDES, Serpro, Dataprev, INSS, entre outras.

A resolução também interfere em questões ligadas ao plano de cargos e salários, impedindo e limitando promoções por antiguidade e por merecimento, concessão de anuênios, incorporação de gratificação de função, concessão de licença-prêmio, abono assiduidade e até mesmo o pagamento integral dos adicionais.

A luta pela revogação da Resolução 42 é compromisso da CUT, como foi deliberado pelas trabalhadoras e trabalhadores no 14° CONCUT.

 

Com informações de FUP.