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Sindicato dos Bancários defende o BB público e cobra fim do assédio organizacional

os dirigentes sindicais denunciaram o desmonte da missão pública do BB, intensificada após o golpe jurídico-midiático de 2016

Publicado: 11 Dezembro, 2024 - 10h07 | Última modificação: 11 Dezembro, 2024 - 10h23

Escrito por: Sindicato dos Bancários de Brasília

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Com o objetivo de defender o caráter público do BB e de pôr fim ao assédio organizacional que vem assolando o funcionalismo, o Sindicato realizou na tarde desta terça-feira (10) um protesto em frente ao edifício Sede III, no Setor Bancário Sul.

Com faixas e palavras de ordem, os dirigentes sindicais denunciaram o desmonte da missão pública do BB, intensificada após o golpe jurídico-midiático de 2016, com mudanças no modelo de gestão da instituição. Durante o protesto, materiais informativos foram distribuídos, convocando os bancários a se mobilizarem contra as práticas de assédio moral e a favor de um Banco do Brasil comprometido com o desenvolvimento social.

“Sob uma lógica capitalista e privatista, o BB passou a operar semelhante a uma cópia de instituições privadas como o Itaú, precarizando o trabalho, adoecendo os funcionários e traindo o compromisso histórico com o desenvolvimento do Brasil”, denuncia o presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto.

Britto acrescenta: “um patrimônio do povo brasileiro, uma empresa pública, deixou de existir de fato, ao deixar de praticar o microcrédito, a distribuição, financiamento da agricultura familiar e tantas políticas públicas e sociais importantes para o nosso povo. Desde então, o lucro, acima de tudo, a lógica da ganância, do capitalismo extremo, faz parte da gestão do Banco do Brasil”.

Esse modelo destrutivo, imposto pelo Conselho Diretor – presidenta e vice-presidentes –, rompeu com as funções sociais que fazem do BB um patrimônio do povo brasileiro, disse Britto. Foram abandonados pilares como o microcrédito e o financiamento à agricultura familiar, essenciais para o desenvolvimento sustentável do país. Em seu lugar, complementou, priorizam-se produtos das subsidiárias e estratégias comerciais que nada têm a ver com o papel público que o Banco do Brasil deveria desempenhar.

‘Máquina de moer gente’

Mas os maiores prejudicados não são apenas os clientes ou o país: os trabalhadores do BB estão sendo esmagados por uma política de metas inatingíveis, pressão insana e assédio organizacional institucionalizado. Essa gestão criminosa, que começa no Conselho Diretor, cria uma “máquina de moer gente” que leva ao adoecimento em massa de seus funcionários.

O cenário é grave: metas irreais, descomissionamentos arbitrários, afastamentos frequentes por problemas de saúde mental e física, gavetas repletas de medicamentos tarja preta e perseguições sistemáticas aos que ousam resistir. A lógica é clara: uma política de assédio organizada de cima para baixo, que visa lucros a qualquer custo, ignorando o impacto devastador sobre a saúde e a dignidade dos trabalhadores imposto unilateralmente via Acordo de Trabalho.

“Temos a certeza de que é necessário dialogar com o Conselho de Administração e com o Governo Federal sobre as metas impostas no Banco do Brasil, que muitas vezes levaram ao desespero de muitas pessoas, por medo de perderem suas funções, devido ao crescimento exponencial na cobrança de metas”, apontou o secretário de Saúde da Fetec-CUT/CN, Wadson Boaventura, que falou também do canal de denúncia lançado recentemente pelo Sindicato para combater o assédio moral e todas as formas de violência nos locais de trabalho.

“Essa política de medo, queremos eliminar no Banco do Brasil. Já se passaram dois anos de governo, e vamos exigir mudanças. Estamos prontos para unir forças e cobrar com muita determinação a alteração dessa postura no BB”, finalizou.

Mobilização seguirá forte

O Sindicato não aceitará a destruição do Banco do Brasil e o sofrimento de seus trabalhadores. O ato de hoje foi apenas o começo de uma grande mobilização que colocará em xeque o modelo de gestão autoritário e desumano imposto desde 2016 pelos diversos Conselhos Diretores que passaram pelo banco e continua na atual gestão.