Escrito por: Leandro Gomes

Sindicalismo nas redes e nas ruas para fortalecer a disputa de narrativa

Para fortalecer a disputada de narrativa e ampliar a participação ativa da militância sindical nas redes, a CUT lançará o Projeto Brigadas Digitais

Marina Maria

Um processo massivo de formação, mobilização e organização em comunicação digital para derrotar a máquina digital bolsonarista. Assim será o projeto “Brigado Digitais”, organizado pela CUT e que foi parte da discussão da 16ª Plenária Estatutária da CUT-DF, dessa sexta (27).

A iniciativa ─ que será lançada na Live de aniversário da CUT neste sábado, às 14h ─ tem como missão a disseminação de valores humanistas e trabalhistas da esquerda, bem como combater e derrotar a extrema direita e o bolsonarismo nas redes sociais. A ideia é preparar 63.390 comunicadoras e comunicadores e implantar 5.730 Brigadas Digitais da CUT para fortalecer a disputa de narrativa.

De acordo com o secretário Nacional de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, há alguns anos ─ com mais intensidade após 2018 ─, as redes sociais passaram a ser usadas para atacar diversas democracias pelo mundo afora. Prova disso, foi a eleição de Bolsonaro no mesmo ano com uma campanha impulsionada pela massiva propagação das Fakes News e pelo uso das mídias.  

Diante desse cenário e de crescentes ataques às instituições democráticas, Barbosa ressaltou que se faz fundamental criar mecanismos para combater a ascensão neoliberal. E é neste contexto que o projeto Brigado Digitais da CUT se insere.

"É um projeto que vai mexer especialmente com nosso modo de fazer sindicalismo. Precisamos efetivamente influenciar as redes e o mundo digital. Se a gente não fizer isso, de nada vai adiantar ocupar só as ruas. Está mais do que provado que o mundo digital influencia", disse.

O sindicalista destacou ainda que, apesar de as Brigadas Digitais utilizarem recursos de inteligência artificial e tecnologia da informação para organizar a comunicação nas redes, o projeto dependerá bastante da interação humana.

"Nesse processo, queremos ouvir as pessoas. Nossa mina de ouro está na militância. Precisamos das pessoas para fazer projeto de comunicação funcionar. O elemento humano ainda é mais que fundamental nesse processo de comunicação", afirmou.

Nas redes e nas ruas

Uma questão importante levantada pela secretária de Comunicação da CUT-DF foi a necessidade de a militância sindical se impor nas redes, sem deixar de lado a atuação corpo a corpo junto à base.  "Esse projeto desmonta a ideia de que quem faz a comunicação é profissional. Ele (o profissional) prepara o material, tem um papel muito importante. Mas quem tem que fazer disputa da narrativa nas redes sociais somos nós, militante", disse.

O lançamento do projeto Brigadas Digitais da CUT acontecerá em Live que comemora os 38 anos da Central. Acompanhe a transmissão pelo nosso Facebook, a partir das 14h.