Sequestro interparental: Conheça a luta por justiça de professora do DF
A mulher teve os filhos roubados e é vítima de chantagem pelo pai das crianças
Publicado: 23 Janeiro, 2024 - 17h51
Escrito por: Sinpro-DF | Editado por: Comunicação CUT-DF
A exemplo de outras mulheres espalhadas pelo Brasil, uma professora da rede privada do Distrito Federal tem sido vítima de uma das maiores violências contra a mulher: a perda de um filho por meio criminoso.
No dia 16 de abril de 2022, Bianca Moreira Carneiro entregou as duas crianças, na época com 4 anos de idade, para passarem a Páscoa com o pai. No dia seguinte o homem ligou do Líbano dizendo que as duas estavam com ele e que só voltaria a vê-las se desistisse do divórcio.
Desde o sequestro a professora entrou com uma ação na Justiça e fez contato com a Embaixada do Brasil no Líbano, mas não conseguiu avanços na retomada das filhas. As sentenças foram favoráveis, mas pelo fato de o Líbano não ser signatário de Haia, a execução foi inviabilizada.
Bianca lembra que a saída do ex-marido do Brasil não foi ilegal, já que em 2021 o então casal fez procuração em cartório autorizando a emissão dos passaportes por um dos pais, nos quais constaria a observação de que as filhas poderiam viajar desacompanhadas de um dos pais. “Fizemos isto porque o pai dele estava doente e pretendíamos viajar para o Líbano, para visitá-lo”. Aproveitando desta situação, em 2022 o homem emitiu os passaportes sem o conhecimento dela.
Bianca Moreira revela que tem contato com as filhas raramente. “Em 2023 eu falei com elas em maio, setembro e dezembro, mas elas não falam mais português, então a comunicação ficou ainda mais difícil”, explica. “Depois que ele foi para o Líbano, muitas vezes insistiu para que eu desistisse do divórcio e ele voltaria. É uma das mais covardes e cruéis formas de violência contra a mulher”, lamenta a educadora. “Fiz tudo que podia e espero que alguém possa me ajudar a ter minhas filhas novamente”.
A violência sofrida por Bianca infelizmente não é um caso isolado. O sequestro interparental é condenado pela convenção de Haia desde 1980. O caso da professora se agrava com o fato das crianças estarem no Líbano, mas não pode cair no esquecimento. Nos solidarizamos com Bianca e convidamos a militância a acompanhar e engajar o perfil da professora nas redes sociais (@maternidade_roubada) para aumentar os holofotes sobre o tema e chamar à responsabilidade as autoridades competentes.