Escrito por: Marina Maria
Dezenas de representantes de sindicatos, federações e confederações CUTistas expuseram dificuldades das suas categorias e analisaram a conjuntura, além de compartilhar calendários de lutas e mobilizações
São muitos os desafios para a classe trabalhadora em 2023. Apesar da vitória nas eleições para a presidência da República, os estragos causados pelos últimos governos aprofundaram consideravelmente as desigualdades sociais, afetaram a atuação do movimento sindical e deixaram um saldo de desemprego, precarização do trabalho e outros retrocessos que precisam ser revertidos.
Para debater essas e outras questões pertinentes ao movimento sindical do DF e do Entorno, dezenas de lideranças CUTistas reuniram-se no último sábado (11), na Chácara do Sinpro, em reunião da diretoria ampliada da CUT-DF.
Novos tempos
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues lembrou que, pela primeira vez em muitos anos, os representantes da classe trabalhadora foram recebidos no Palácio do Planalto e que essa é uma sinalização da valorização das trabalhadoras e trabalhadores.
Mas, apesar disso, afirmou Rodrigo, há dificuldades que precisam enfrentadas, como a desestruturação do Estado, a destruição das empresas públicas que foram colocadas a serviço de lucros individuais, entre outros desafios.
“A eleição de Lula representa para nós a esperança de revogar os golpes que sofremos nos últimos anos. E, para o mundo, representa o retorno a uma política de diálogo e a esperança de frear avanço da extrema direita”, disse.
Rodrigues destacou ainda que,em 2023, a Central Única dos Trabalhadores completa 40 anos e que o Congresso Estadual da entidade já tem data e local confirmados. Será realizado nos dias 18, 19 e 20 de agosto, no teatro do Sindicato dos Bancários de Brasília.
Acirramento da luta de classes
O secretário de Formação da CUT-DF e vice-presidente do Diap, Rodrigo Britto, fez uma análise da nova composição do Congresso Nacional e ressaltou que a formação da Casa é bastante desfavorável para a classe trabalhadora.
“Temos uma ampla maioria do Congresso atual que não dialoga com as trabalhadoras e trabalhadores. Apenas 140 parlamentares estão na base de apoio ao governo Lula”, afirmou.
Segundo Britto, a correlação de forças do governo Lula com as casas legislativas é bem desfavorável, tendo em vista que existe na Câmara dos Deputados um grupo de oposição muito grande. Já no Senado, Federal, embora seja um grupo menor, os congressistas são mais articulados.
Neste sentido, Britto destacou que cabe ao movimento sindical pressionar os parlamentares e denunciar os ataques ao povo brasileiro.
“É preciso ter um olhar atento a esses deputados e senadores para que a gente possa constranger eles, expor as suas incoerências. Lula sozinho não vai conseguir enfrentar tudo o que está contra ele”, alertou Britto.
Além das análises de conjuntura e exposição de calendários de lutadas das diversas categorias, o encontro debateu também a construção do CECUT-DF e do 1° de maio da classe trabalhadora.
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