Escrito por: Leandro Gomes
A mobilização desse sábado reuniu diversos segmentos da sociedade e apontou que a resposta ao caos político-econômico gerado pelo governo Bolsonaro e ao ódio do bolsonarismo será nas urnas, no dia 2 de outubro
A esperança vai vencer o medo. Esse foi o grito dado pelos manifestantes em ato realizado nesse sábado (10), no Museu Nacional, em Brasília. A mobilização, que ocorreu em várias cidades do país, reuniu diversos segmentos da sociedade e apontou que a resposta ao caos político-econômico gerado pelo governo Bolsonaro e ao ódio do bolsonarismo será nas urnas, no dia 2 de outubro.
“Esse ato é em defesa da democracia, do estado democrático de direito e contra o governo Bolsonaro. Mobilizados nas ruas de várias capitais, os manifestantes pedem eleições justas, limpas e democráticas e, aqui em Brasília, não poderia ser diferente. Estamos aqui fazendo um belíssimo ato rumo ao dia 2 de outubro, onde faremos a disputa nas urnas pela democracia e pelo projeto popular”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Rodrigues também destacou que a militância “seguirá em luta contra o bolsonarismo, que mata, reprime e trata pessoas com desigualdade”. Nos últimos dias, com a proximidade do 1º turno das eleições, a escalada de ódio dos apoiadores de Bolsonaro tem crescido Brasil afora. Já são pelo menos duas mortes por ódio político neste segundo semestre de 2022.
O mais recente caso ocorreu na quinta-feira (8), no Mato Grosso do Sul. A vítima ─ apoiadora do ex-presidente Lula ─ foi morta a facadas por um bolsonarista. Horas antes do crime, em comício na praia de Copacabana no dia 7 de setembro, Bolsonaro disse que era necessário "extirpar da vida pública" adversários políticos da esquerda.
Para além do ódio, os últimos acontecimentos têm deixado claro que a empatia e o amor ao próximo não fazem parte dos eleitores de Bolsonaro. No sábado (10), um vídeo em que o empresário bolsonarista, identificado como Cassio Cenali, humilha a diarista Ilza Rodrigues viralizou. Na gravação, o homem entrega uma caixa com marmitas para Ilza e questiona em quem ela vai votar para presidente nas eleições deste ano.
A diarista responde que votará em Lula e é surpreendida pela resposta do empresário: “Lula? Então tá bom, ela é Lula, a partir de hoje não tem mais marmita. É a última marmita que vem aqui. A senhora peça para o Lula agora, beleza?”.
Após a humilhação, a diarista recebeu o apoio de diversos movimentos. No domingo (11), o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) entregou uma cesta básica para Ilza e garantiu que ela receberá produtos saudáveis pelos próximos seis meses.
No Twitter, Lula prestou sua solidariedade à Ilza. “A fome é culpa da falta de compromisso de quem governa o país. Negar ajuda para alguém que passa dificuldades por divergência política é falta de humanidade. Minha solidariedade com essa senhora e sua família. O Brasil vai voltar a ter dias melhores”, disse.
No DF, outro caso chamou a atenção. Um professor da rede pública de ensino, segundo apuração interna da Secretaria de Educação, foi responsável por criar o mecanismo de carimbo no braço de alunos do Centro Educacional (CED) 03 de Planaltina. O objetivo era impedir que os alunos repetissem a merenda. Vale lembrar que, diante do cenário de carestia e desemprego, a alimentação na escola se tornou a principal refeição para muitos alunos.
Nas redes sociais, o professor faz questão de demonstrar que tem posicionamento de direita e, inclusive, faz inúmeras publicações comparando Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) à organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
O sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF) está acompanhando de perto o caso.
Fake News
O combate às Fake News também foi uma das pautas do ato no Museu. A secretária de Comunicação da Central, Ana Paula Cusinato, que esteve presente na atividade, alertou sobre a propagação de notícias falsas ─ instrumento ardiloso utilizado pela máquina bolsonarista para influenciar a opinião pública nas eleições, como ocorreu em 2018.
“É muito importante que as trabalhadoras e os trabalhadores prestem muita atenção em como Bolsonaro está fazendo campanha. Ele está mentido! E nós precisamos estar atentos a tudo os que recebemos e repassamos nas redes sociais porque quando compartilhamos as mentiras de Bolsonaro, estamos ajudando na sua reeleição. Então, não compartilhem mentiras e sempre verifiquem a fonte das informações”, afirmou.