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Reforma do Imposto de Renda em debate: justiça fiscal é caminho para justiça social

Fórum de debates discutiu impactos da reforma tributária, redução da jornada e a necessidade de maior participação popular na construção de políticas públicas

Publicado: 14 Agosto, 2025 - 17h32 | Última modificação: 14 Agosto, 2025 - 17h49

Escrito por: Marina Maria

Marcos Paulo (Maracatu)
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A Jornada de Debates sobre Reforma do Imposto de Renda (IR), realizada pelo Dieese na tarde dessa quarta-feira (13), mobilizou trabalhadores, sindicalistas e especialistas em economia para discutir caminhos que promovam maior justiça social no Brasil. Em meio a propostas de tributação mais progressiva e de redução de desigualdades, o pleito popular ganha força como instrumento de pressão para o Congresso. A atividade aconteceu no Sindicato dos Bancários de Brasília. 

Segundo Rodrigo Rodrigues, presidente da CUT-DF, a reforma do IR é um passo estratégico para ampliar o poder de compra das famílias e reduzir a concentração de renda. “A imensa maioria dos trabalhadores não ganha mais que R$5 mil por mês, e os ganhos não chegam apenas para consumo imediato, mas impulsionam a economia ao circular renda no país”, afirmou.

Rodrigues enfatizou ainda a necessidade de reforçar a divulgação e mobilização das bases para o Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo. Aberto para votações até o dia 7/9, um dos temas do plebiscito é a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. É possível votar pela urna da CUT-DF na sede da Central ou aqui

O debate também enfatizou a importância de não deixar que a justiça do trabalho vire alvo de ataques, já que sua proteção é vista como salva vidas para a classe trabalhadora, especialmente em setores mais precarizados, frequentemente alvos de violações legais.  

Para a economista e responsável técnica pelo Dieese em Brasília, Mariel Angeli, existem alguns pontos principais para o debate sobre a Tributação, como por exemplo, a necessidade de revisar o que é atualmente taxado no IR, com atenção aos lucros, dividendos e isenções que beneficiam os mais ricos. De acordo com Mariel, a eliminação de brechas e paraísos fiscais também são pontos necessários para uma tributação mais justa.   

Abismo social 

“No ano passado, foram criados 204 novos bilionários, quase um por semana. O 1% mais rico do Norte Global extraiu 20 milhões por hora no Sul Global em 2023. As pessoas estão se tornando bilionárias a partir da exploração. Ano passado tivemos uma aceleração da riqueza dos mais ricos, cada bilionário teve sua fortuna em média aumentada em 2 milhões de dólares por dia. O Banco Mundial calcula que, se as taxas de crescimento atuais continuarem e a desigualdade não diminuir, será necessário mais de um século para acabar com a pobreza”, afirmou Mariel Angeli. 

A economista explicou que, no caso do Brasil, existe ainda uma desigualdade de riqueza muito grande. Entre os 176 países,  ocupamos o 13° lugar, o que aprofunda ainda mais a necessidade de uma tributação justa como forma de reduzir o abismo social existente. “Os motivos (para essa desigualdade) são diversos e têm muito a ver com o processo histórico de construção do nosso país. Ao mesmo tempo, a gente tem que lidar com essa estrutura histórica para passar por cima da desigualdade”, explicou. 

Confira fotos da atividade.