Escrito por: Marina Maria
O Sindicato, que representa os artistas e técnicos em espetáculos, agora tem uma diretoria combativa e preocupada com as lutas da classe trabalhadora
Os artistas e técnicos em Espetáculos do DF e Centro Norte têm o que comemorar. Isso porque, foi empossada, na noite dessa segunda-feira (29), a nova diretoria da entidade, agora composta por dirigentes que realmente têm compromisso em travar as batalhas necessárias para avançar na conquista de direitos para a classe cultural, que ficou desassistida de representação sindical nas últimas décadas. O evento, que aconteceu no teatro Mapati, localizado na Asa Norte, contou com a participação de trabalhadoras e trabalhadores da categoria, além de políticos, dirigentes e militantes sociais.
Para Rodrigo, é uma feliz coincidência o fato de a entidade sindical ter voltado ao domínio da base neste momento da história do país, em que há esperança da retomada dos direitos e da valorização da classe trabalhadora, representada pela volta de um governo democrático ao poder. “É fundamental valorizar artistas enquanto classe trabalhadora, porque eles o são e precisam dessa representação. A arte é muito bela, mas o artista carece comer, precisa de direitos”, afirmou o presidente da CUT-DF, que também colocou a Central à disposição do Sindicato para ajudar no que for necessário.
As dificuldades enfrentadas pela classe artística, especialmente no período da pandemia, também foram lembradas pela nova presidenta do SATED- DF e Centro Norte, Juju Seixas. “Passamos por dificuldades extremas. Os palcos estavam vazios, assim como os bolsos e muitos dos nossos estômagos”, relatou.
“Levamos arte e cultura às pessoas, o que é fundamental para uma sociedade crescer saudável. Lutar pelo sindicato, insistir nele é um ato de resistência e amor”, disse a presidenta da entidade.
Comunicação e transparência
Um dos pontos observados em várias falas da posse da nova diretoria foi a necessidade de o Sindicato ser transparente e melhorar a comunicação com a base. Isso porque, a antiga gestão da entidade não transmitia nenhuma informação à categoria.
Tereza Padilha, que fez parte da Junta Governativa Provisória do SATED-DF, afirmou: “É preciso ouvir as pessoas da classe artística para melhorar sua qualidade de vida”.
Além das falas políticas, a posse contou com leitura de poesia, performances e homenagem ao ator, diretor e professor Humberto Pedrancini, que compareceu à posse e compôs a mesa de cerimônia.
Também estiveram presentes o secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues, o secretário executivo ministério da Cultura, Márcio Tavares, e a deputada federal Erika Kokay. A última, também lembrou a intensificação dos ataques e retiradas de direitos vividos nos anos anteriores, além de valorizar o papel da arte e da cultura no cotidiano de cada uma e cada um de nós.
“Tivemos um governo que durante quatro anos impôs uma estética da barbárie e nós resistimos a tudo isso através da arte”, disse a deputada, que também salientou a intencionalidade dos ataques do governo Bolsonaro a essa categoria.
“Todo fascismo se sente ameaçado pela arte. Porque quando a gente fala de arte, cultura, a gente fala da condição de sermos humanos. Os fascistas não suportam a arte, eles querem as fogueiras da inquisição e nós queremos o fogo da vida, da paixão (...) Brasília não é uma cidade de gabinetes e tapetes, é uma cidade de arte, de suor. E nós queremos respeito aos artistas dessa cidade”, afirmou Erika Kokay.
A nova direção do SATED-DF e Centro Norte representará os artistas e técnicos em espetáculos do DF e Entorno, dos estados de Goiás, Tocantins, Pará e Amazonas no período de 2023 a 2026. Além de Juju Seixas na presidência, a direção conta com Maria Neves Garcia, na Tesouraria, e Wellington José Lourenço de Abreu na Secretaria Geral.