Plenária sindical define ações para proteger aposentados e fortalecer a Previdência
A atividade aconteceu no auditório do Sindicato dos Rodoviários e reuniu lideranças de diversos segmentos
Publicado: 20 Maio, 2025 - 17h01 | Última modificação: 20 Maio, 2025 - 20h21
Escrito por: Marina Maria | Editado por: Leandro Gomes
Preocupados com os aposentados de suas categorias, que são afetados pela desinformação, vulnerabilidade e falta de letramento digital, dirigentes sindicais debateram formas de auxiliar o segmento e de defender a Previdência pública, alvo de fraudes recentemente descobertas. A discussão aconteceu nesta terça (20/5), durante Plenária Sindical, no auditório do Sindicato dos Rodoviários.
Entre as ações previstas, está a realização de mapeamentos nas bases e comunicação à CUT no caso de descontos indevidos − para que sejam tomadas medidas legais −, além da participação de lideranças sindicais em atividades do Congresso sobre o tema.
“A gente está falando de uma parcela da população, em torno de 40 milhões de pessoas, que dependem da Previdência. Em 2017, o sistema da Previdência digitalizou. O trabalhador aposentado passou a ter acesso ao contracheque apenas pelo aplicativo ‘Meu INSS’. Na época, a gente denunciou os problemas que isso poderia trazer, inclusive de falta de acesso para várias pessoas”, explicou o coordenador do Coletivo de Pessoas Idosas, Aposentados e Pensionistas da CUT-DF, Jairo de Souza.
Para o sindicalista, ficou mais fácil constituir uma organização fraudulenta naquele contexto, sobretudo após a flexibilização para a concessão de empréstimos, em 2019, e a pandemia, em 2020. “Bastava fazer uma ligação para aprovar esse tipo de empréstimo com desconto em folha”, disse o sindicalista.
A Controladoria Geral da União (CGU) realizou uma pesquisa, cujo relatório foi gerado em março do ano passado. Dos mais de 2 mil beneficiários entrevistados, 97,6% informaram não ter autorizado o desconto de mensalidades associativas na folha de pagamento do INSS. Das pessoas entrevistadas, 75% não tinham noção do que estava sendo descontados, 72% não sabiam como fazer uso do aplicativo e apenas 8% sabiam entrar no aplicativo Meu INSS para conferir.
“Em determinado momento, a Contag foi citada, pois levantaram suspeitas acerca da quantidade de trabalhadores filiados, porém, verificou-se que apesar do número de sindicalizados ser muito grande não havia qualquer irregularidade”, explicou Jairo.
Repercussão nas bases
Para o dirigente nacional da CUT Ismael César, é preciso pensar em como o tema virou parte de uma disputa de narrativa, porque a fraude foi descoberta no governo Lula. “Não podemos esquecer que o golpe dado contra a companheira Dilma Rousseff possibilitou tudo isso. Uma imensa criminalidade começou a assolar o país com mais força a partir de 2016, e a Polícia Federal e outros órgãos competentes não tiveram autonomia para fazer nada de lá para cá”, disse Ismael.
O sindicalista defende ainda que a situação foi descoberta este ano porque o governo Lula não interferiu nas investigações. “Não tenho dúvidas de que se fosse Bolsonaro, esse rombo seria aprofundado. Precisamos dialogar com a classe trabalhadora e explicar essa situação, além de construir uma atividade com os aposentados com o foco em garantir direitos e resgatar a dignidade da categoria”, afirmou o dirigente CUTista.
Washington Domingues, secretário de Finanças da CUT-DF, também reiterou a necessidade de fortalecer o diálogo com as bases e nas redes sociais. “É necessário também nesse momento discutir comunicação, o que responder nas redes sociais, como falar de uma forma que o trabalhador entenda e abraçar essa luta no caminho da verdade”, afirmou.
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