Escrito por: Marina Maria

Plenária expressa solidariedade de classe e amplia apoio à greve da Educação

A atividade contou com participação massiva de diversas entidades e movimentos, e sinalizou a unidade da classe trabalhadora em defesa da educação pública e de qualidade

A solidariedade de classe, um dos pilares do movimento sindical CUTista, foi fortalecida na manhã dessa terça-feira (9), quando diversos sindicatos e movimentos sociais participaram de plenária em apoio à greve da Educação. O auditório Adelino Cassis, na CUT-DF, foi cenário de muitas manifestações de defesa da educação pública, dos profissionais do setor e dos instrumentos de luta adotados pela categoria para contestar seus direitos.

Duramente reprimido pelo governo Ibaneis, o movimento paredista enfrenta várias tentativas de coação, inclusive no campo jurídico. Mas, apesar dos ataques, os dirigentes sindicais garantem que apenas a categoria vai definir se a greve continua ou não.

A próxima assembleia das/os educadores/as acontece já nesta quinta-feira (11), a partir das 9h30, no estacionamento da Funarte, e vai deliberar sobre os próximos passos da mobilização. Não é a primeira vez que a educação do DF sofre com a truculência e o descaso do governo. Agora, além de ignorar a pauta de reivindicações da categoria, o GDF promove uma campanha difamatória contra o movimento.

Ao alegar publicamente que o reajuste oferecido às professoras e aos professores da Secretaria de Educação do DF é de 18%, o governo Ibaneis propositalmente omite que esse valor é dividido de tal forma que na prática torna-se apenas R$ 200 por mês.

“Enquanto isso, para os cargos comissionados, o aumento oferecido chega a R$ 5000, ou seja, só o reajuste desses cargos é maior do que o piso atual das educadoras e educadores”, afirmou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. 

Luciana Custódio, dirigente do Sinpro-DF, explicou as tentativas de negociação antes da deflagração da greve. Segundo a liderança, o último plano de carreira da categoria, que é uma das reivindicações do movimento, foi assinado em 2012 e começou a valer no ano seguinte.

“Protocolamos sete ofícios sem nenhuma resposta porque queríamos discutir o plano de carreira. Jogamos a campanha nas ruas, ocupamos todos os espaços que podíamos para denunciar para a sociedade o que está acontecendo”, contextualizou Luciana.

A dirigente sindical afirmou ainda que nas reuniões entre o Sinpro-DF, a Casa Civil do DF e a pasta de Economia do GDF, as instâncias informaram que não estavam cientes da pauta de reivindicações da campanha salarial da educação. Essa afirmativa mostra como a Secretaria de Educação foi propositalmente omissa, não levando adiante uma demanda que já tinha sido publicada inclusive no Diário Oficial no fim do ano passado, com a indicação de um Grupo de Trabalho que iria debater o plano de carreira. Luciana Custódio informou também que havia um acordo para a não judicialização de uma possível greve da categoria, que também foi atropelado por Ibaneis.

Apoio nas Câmaras Distrital e Federal

Presente na plenária de apoio à greve, a deputada federal Érika Kokay destacou a importância de apoiar esse movimento em defesa da educação. “Ibaneis está contra a Lei, o piso do magistério não está sendo cumprido aqui no DF”. A parlamentar ainda criticou a judicialização da greve, que é instrumento legítimo de luta da classe trabalhadora.

O ex-dirigente do Sinpro-DF e deputado distrital Gabriel Magno também informou sobre as movimentações que estão sendo realizadas na Câmara Legislativa. “Aprovamos uma moção de apoio à greve e vamos levá-la hoje para o Plenário em busca do apoio do maior número de parlamentares que conseguirmos para constranger o governo”, afirmou.

Nesta quarta-feira (10), às 10h, o GDF indicou a abertura de uma nova mesa de negociação, na Casa Civil. “Estamos enfrentando um governo autoritário, mas a categoria está ‘com sangue nos olhos’. Visitamos todas as 700 escolas no DF, dialogamos com a comunidade, queremos fazer dessa greve, uma greve pedagógica para denunciar a falta de infraestrutura e as condições precárias em que trabalhamos”, afirmou Luciana Custódio.