A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (21), em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 478/2010 que amplia os direitos dos trabalhadores domésticos. A proposta estabelece que os empregados domésticos tenham os mesmos direitos trabalhistas dos empregados das demais categorias. O texto foi aprovado por 359 votos favoráveis e 2 contrários. Agora, […]
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O texto foi aprovado por 359 votos favoráveis e 2 contrários. Agora, a proposta volta à comissão especial para elaboração do texto final que será votado em segundo turno, que pode ocorrer na próxima semana. Em seguida, a matéria será encaminhada à análise do Senado, onde também terá que passar por duas votações.
Conhecida como PEC das Domésticas, a proposta amplia os direitos dos empregados domésticos, incluindo obrigatoriedade de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), carga horária semanal de 44 horas, hora extra e adicional noturno. Isso vale para todos os trabalhadores que fazem algum tipo de serviço doméstico e recebem salários mensalmente como: jardineiro, motorista, babá, cozinheira.
Para a relatora da PEC, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), a ampliação de direitos para os empregados domésticos não provocará desemprego. “Estamos vivendo um novo momento e temos uma nova classe média surgindo. Temos que moldar a nova classe média às necessidades de garantias de direitos dos empregados. Não podemos mais manter os costumes que vigoram desde a escravidão”, disse. “Se a família tem quatro [domésticas] que passe a ter três, mas respeitando todos os direitos dos trabalhadores. Estamos cada vez mais buscando nossos direitos e não podemos deixar de lado o direto do próximo”, completou.
“Este é o primeiro passo de uma luta árdua e extensa e também o resultado de uma grande capacidade de mobilização”, comentou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Rosane Silva.
A manifestação reuniu dirigentes da CUT Brasília e CUT Nacional, Confederação dos Trabalhadores em Comércio e Serviços (Contracs), Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), além de representantes do governo em uma data simbólica para a categoria.
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Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), em 2009 haviam 7,2 milhões de empregados domésticos, sendo 93% do sexo feminino. Desse total, 62% são mulheres negras – 4,15 milhões. Dos 34 direitos assegurados na Constituição, apenas nove estendem-se às domésticas. Por isso também, muitos dos parlamentares que se manifestaram a favor referiram-se à proposta como alforria.
Secretaria de Comunicação da CUT Brasília