Escrito por: Marina Maria

"O Brasil precisa da CUT", afirmam lideranças na abertura da 17ª Plenária Distrital

Atividade contou ainda com um ato político em comemoração ao aniversário da Central

Marcos Paulo

Na noite dessa quinta-feira (28), o Teatro dos Bancários de Brasília foi palco do ato político em homenagem aos 42 anos da Central Única dos Trabalhadores, que se consolidou como a maior central sindical do Brasil, da América Latina e a quinta maior do mundo. Atualmente, são quase 8 milhões de associados. Com a presença de lideranças do movimento social, parlamentares, figuras políticas históricas, militantes, representantes sindicais, a atividade abriu a 17ª Plenária Distrital da CUT-DF: “Novos Tempos, Novas Lutas”. 

“Será um momento de fortalecimento da Central, com debates intensos e a oportunidade de usar os instrumentos disponíveis para construir um Brasil mais justo para todas e todos”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, sobre a atividade que tem como objetivos centrais atualizar o plano de lutas da central e debater os desafios locais e nacionais do mundo do trabalho. Na plenária, que segue até sábado (30/8), também serão eleitos os delegados que representarão o DF na Plenária Nacional da CUT.

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“Será uma plenária importantíssima, porque dentro desse período vamos dialogar, discutir e nos enriquecer com assuntos de grande relevância para a classe trabalhadora”, afirmou o coordenador adjunto da plenária e secretário de Administração da CUT-DF, Washington Domingues Neves. Ele abriu o evento citando todas as entidades sindicais que fazem parte da construção da Central no DF, e deu destaque à importância de cada uma e de cada um que constrói a CUT diuturnamente.   

“O Brasil precisa da CUT”

Durante a abertura da 17ª Plenária Distrital da CUT-DF, foram transmitidos dois vídeos. O primeiro foi uma homenagem produzida pela CUT-DF para o aniversário da entidade sindical. Assista aqui. Os participantes também puderam assistir ao vídeo do presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, sobre os 42 anos da Central. 

No pronunciamento, o líder sindical destacou o papel da CUT como referência do compromisso de classe no Brasil e no mundo. “Não há democracia sem sindicatos fortes”, afirmou. Nobre ainda convocou a classe trabalhadora para participar dos atos do dia 7 de setembro

O chamamento também foi feito pela vice-presidenta nacional da CUT, Juvândia Moreira. “É um momento muito importante e a gente conta com cada um de vocês para organizar os atos do dia 7 de setembro e construir a luta junto com outros movimentos. O Brasil precisa da CUT e de sua militância para acabar com a escala 6x1, taxar as grandes fortunas e defender a soberania nacional”, afirmou. 

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História de lutas

Daniel Gaio, da Executiva Nacional da CUT, lembrou que a Central faz parte da história do Brasil. “Além de defender categorias, a CUT soube identificar vários outros desafios que a sociedade brasileira enfrentava naquele momento: lutou contra o racismo, o machismo, a homofobia, em defesa da democracia, do meio ambiente. É a Central mais importante do Brasil”, afirmou. 

Para o presidente do PT-DF e ex-presidente da CUT-DF, Jacy Afonso, a unidade é uma marca da entidade sindical. O militante lembrou da fundação da Central, do lema “unir o campo e a cidade” e atribuiu as vitórias dos setores progressistas justamente à prática de coletividade. “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos!”, disse Jacy, citando Karl Marx.  

João Vicente Goulart, presidente do PCdoB no DF, lembrou que a CUT sempre defendeu a soberania. Ele falou ainda sobre a necessidade de avançar na construção de um DF mais justo e igualitário para a classe trabalhadora. 

O deputado distrital (PT) Chico Vigilante, ex-presidente da CUT-DF, lembrou os primeiros dias da central e sua característica vanguardista: foi a primeira a ter uma sede própria e uma mulher na presidência. “Hoje é mais difícil do que no começo porque temos trabalhadores dizendo que não querem carteira assinada, sendo chamados de colaboradores pelas empresas para descaracterizar a luta”, disse Chico Vigilante, que participou da fundação da CUT-DF. 

Para a deputada federal (PT-DF) e ex-presidenta da CUT-DF, Érika Kokay, “a CUT tem participado de todas as grandes lutas  por um país mais justo e igualitário”. “Nós ainda estamos aqui, e vamos continuar aqui, lutando para que não tenhamos que viver num país capturado pelo ódio. A CUT luta contra todas as formas de discriminação para que o local de trabalho seja onde a gente possa se encontrar e não onde a gente perca a nossa alegria”. 

O deputado distrital (PT) Gabriel Magno reafirmou a necessidade de continuar lutando para enfrentar privilégios e avançar em direitos. “O movimento sindical é de quem está na rua, de quem está na luta.” 

As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, representadas, respectivamente, por Ângela Amaral e Rud Rafael também compareceram à abertura da 17° Plenária da CUT. Rud enalteceu a unidade entre os movimentos sociais e lembrou momentos da história recente em que a CUT e as frentes estiveram lado a lado na resistência, como o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. 

Ângela Amaral destacou a necessidade de aprofundar a articulação das frentes e do movimento sindical em prol das pautas urgentes para o povo brasileiro, como o fim da escala 6x1 e a taxação dos super-ricos. A nível do DF, a militante reafirmou a necessidade de enfrentar as privatizações e os ataques aos direitos dos trabalhadores.  

Programação

Na manhã desta sexta-feira (29), a 17ª Plenária Distrital da CUT-DF realizará debates sobre a conjuntura do DF. Às 14h, o tema será direitos trabalhistas, competência constitucional e defesa da democracia. Já às 16h, será realizado debate sobre comunicação e responsabilidade social dos sindicatos. 

No sábado (30), os debates começam às 9h, com o tema “Desafios e Perspectivas da CUT no atual cenário político e sindical”.  Em seguida, às 11h, serão discutidas e aprovadas as emendas que serão enviadas à Plenária Nacional da CUT. Às 11h30, haverá a apresentação da pesquisa “O Futuro do Sindicalismo”.

Na parte da tarde do sábado, será realizada a aprovação da recomposição da diretoria da CUT-DF, às 14h, e para fechar a plenária, será eleita a delegação para a Plenária Nacional da CUT.