Debate sobre a conjuntura aconteceu na 17° Plenária Distrital da CUT-DF
O Distrito Federal registrou recuo na taxa de desemprego em 2025, mas os números não foram suficientes para reverter problemas estruturais que há décadas permeiam o mercado de trabalho local. O tema fez parte dos debates do segundo dia da 17ª Plenária Distrital da CUT-DF, realizado nesta sexta-feira (29/8), no Teatro dos Bancários de Brasília.
A supervisora técnica do escritório regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Mariel Angeli Lopes, mostrou que a melhora estatística não se traduziu em avanços consistentes na qualidade do emprego, mantendo grupos vulneráveis em situação de desvantagem. Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) 2025.
A taxa de desemprego entre as mulheres é de 11%, superior à registrada entre os homens e acima da média do DF. A população negra também enfrenta mais dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, reflexo de um padrão nacional de desigualdade racial. Além disso, a renda média elevada (PIB acima de R$ 5 mil) esconde uma brutal concentração de renda.
“Pessoas do grupo de alta renda podem ficar mais tempo desempregadas, pois têm maior capacidade financeira para esperar pela oportunidade que desejam. Já aqueles do grupo de baixa renda tendem a permanecer desempregados por mais tempo, o que representa uma preocupação para políticas públicas voltadas à inclusão no mercado de trabalho”, revela Mariel Lopes quanto os números e análises sobre desemprego no DF.
Para o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, “os dados apresentados pelo Dieese revelam a urgência de unir as esquerdas, fortalecer as categorias e derrotar a extrema direita”. “A um ano das eleições, precisamos eleger quem de fato representa a classe trabalhadora, combater o projeto desastroso de Ibaneis Rocha no DF e garantir voz ao movimento sindical na Câmara Legislativa.”
O sindicalista ainda afirma que “é essencial desenvolver políticas públicas para combater essas desigualdades estruturais e garantir que o mercado de trabalho no DF seja acessível a todos, independentemente de sua origem, raça ou classe social”.
A 17ª Plenária Distrital da CUT-DF segue até este sábado (30/8), quando serão discutidas e aprovadas emendas que seguirão para a Plenária Nacional da CUT e aprovada a recomposição da diretoria da CUT-DF. Também serão eleitos os delegados à Plenária Nacional.