Mobilizados, vigilantes do DF garantem manutenção da CCT e reajuste de 5,85%
O Sindesv-DF avalia que foi uma data-base vitoriosa e que a participação da categoria foi fundamental para ampliação dos direitos
Publicado: 23 Março, 2023 - 14h14
Escrito por: Leandro Gomes
Após três meses de muita mobilização para impedir a retirada de direitos históricos, os vigilantes do DF encerraram, na tarde dessa quarta-feira (22), a negociação da data-base 2023, com ganhos. A categoria conquistou a manutenção de todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), além de reajuste de 5,85% nos itens econômicos, que será pago a partir de maio. Já o pagamento do retroativo dos meses de janeiro, fevereiro e março, será efetuado no quinto dia útil de agosto. Veja a tabela abaixo.
“Foi uma data-base vitoriosa, apesar de longa. Com muita mobilização, vencemos, mais uma vez, a intransigência patronal que, em toda data-base, aponta uma cláusula importante para derrubar. Este ano, foi o Plano de Saúde, mas a categoria, mobilizada, não permitiu”, afirmou o secretário-geral da CUT-DF e diretor do Sindesv-DF ─ sindicato que representa a categoria ─, Roberto Miguel.
Intensa mobilização
O sindicalista explicou que foram três meses de intensas negociações. Enquanto os trabalhadores buscavam ampliação e manutenção de direitos conquistados em lutas históricas, as empresas queriam retirar, inclusive, cláusulas que são inegociáveis para a categoria.
Entre os diversos ataques aos direitos dos vigilantes, duas dessas propostas eram consideradas indecorosas pelo Sindesv-DF e tinham impacto direto na vida do trabalhador. A primeira previa mudança no seguro de vida, hoje, pago em casos de morte em qualquer local ou decorrente de qualquer tipo de doença. A proposta do patronal era que o pagamento fosse realizado apenas se o vigilante morresse em serviço.
A segunda e mais grave previa alteração no modelo do Plano de Saúde da categoria. Atualmente o serviço é gerido pelo Sindicato e disponibiliza cinco hospitais e várias clínicas de qualidade espalhadas pelo DF. A proposta dos empresários era que o Plano passasse a ser administrado pelo Sindicato Patronal, com apenas um hospital com qualidade e serviço questionáveis.
Após várias rodadas de negociação, sem acordo, a campanha salarial foi parar na Justiça do Trabalho, onde ocorreram diversas audiências de conciliação. Inclusive, a greve ─ importante instrumento de luta dos trabalhadores ─ e o dissídio coletivo chegaram a ser cogitados.
“Apesar dos entraves, foi uma data-base com conquistas, que contou com uma condução firme do Sindesv-DF e com uma massiva participação dos vigilantes nas assembleias. E essa mesma unidade entre Sindicato e trabalhadores, que garantiu nossa CCT, será mantida para juntos lutarmos contra quem ousar mexer em nossos direitos”, finalizou Roberto Miguel.