Escrito por: Marina Maria
Em defesa do estado brasileiro e dos direitos da classe trabalhadora, a categoria realizou uma série de atividades ao longo dos últimos dias
Na última quarta-feira (11), o magistério público do DF aprovou adesão ao Dia Nacional de Greve contra a Reforma Administrativa, agendado para 18 de agosto. Já na noite dessa quinta-feira (12), foi a vez das trabalhadoras e trabalhadores dos Correios aderirem ao movimento contra a PEC 32 ─ projeto que pretende acabar com o Estado brasileiro e, por conseguinte, com os direitos da população, que necessita, cada vez mais, de serviços e políticas públicas de qualidade.
Na data, as servidoras públicas e os servidores públicos das três esferas – municipal, estadual e federal – realizarão greve geral de 24h contra a reforma administrativa (PEC 32). No DF, além da paralisação, a categoria realizará ato no Anexo II da Câmara Federal, a partir das 10h.
Ao longo desta semana, uma série de categorias do serviço público realizaram assembleias aprovando greve, paralisações e outras atividades para a data, que será marcada pela luta contra a PEC 32. Além disso, outras formas de mobilização e conscientização sobre os riscos da proposta foram realizadas, como panfletagens, distribuição de materiais informativos, confecção de vídeos, reuniões das entidades sindicais que representam a categoria, dentre outros.
Todo esse esforço coletivo visa barrar a rápida tramitação da proposta, que embora altere pontos fundamentais tanto da Constituição Federal de 1988 quanto da Lei 8112, é discutida com uma celeridade incompatível com a sua seriedade. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), já afirmou que até o final deste mês pretende votar a PEC na Comissão Especial. Caso isso aconteça, a medida segue para apreciação do Plenário da Casa.
O que está por trás
Não é difícil compreender porque a Câmara dos Deputados tem tanta pressa em aprovar o texto da PEC. Além do compromisso que boa parte dos parlamentares assumiu com o governo Bolsonaro - não por ideologia, mas pela compra de votos -, a maioria deles tem a campanha atrelada a grandes empresas, que financiam suas campanhas para poder cobrar propostas que os privilegiam quando os deputados e senadores são eleitos. Essa forma de financiamento teria sido barrada se o projeto de Reforma Política do governo Dilma tivesse sido aprovado.
"Ora, se o serviço público é sucateado e a população perde o acesso à saúde, educação e segurança públicos, quem lucra são as empresas que oferecem esses direitos como se fossem serviços. E o povo que já sofre com a alta inflação e os desmandos deste governo, fica cada vez mais refém da iniciativa privada para contar com o que deveria ser oferecido de forma gratuita pelo estado. Nessa mesma lógica, quem não tem como arcar com esses serviços, simplesmente fica sem eles, alimentando assim, cada vez mais, a desigualdade e o caos vigentes em nosso país", disse Ana Paula Cusinato, secretária de Comunicação da CUT-DF.
Acesse o link e saiba mais sobre a PEC 32: https://cutt.ly/PQHiaEh