Mobilização contra PEC 32 continua nesta quinta (23)
Publicado: 23 Setembro, 2021 - 10h44 | Última modificação: 23 Setembro, 2021 - 11h08
Escrito por: CUT-DF com informações do Sinpro-DF e da CUT Brasil
Na noite dessa quarta-feira (22), de forma sorrateira e golpista, a base governista tentou aprovar, a qualquer custo, a PEC 32, na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Porém, graças à mobilização do funcionalismo público durante todo o dia e à atuação de parlamentares da oposição, a votação foi adiada para a manhã desta quinta-feira (23).
Neste sentido, servidoras públicas e servidores públicos de todo o país seguirão mobilizados, no Anexo II da Câmara, para barrar esse projeto bolsonarista que põe fim à prestação de serviços públicos no Brasil e possibilita o aumento da corrupção. Nas últimas semanas, a categoria tem realizado um intenso trabalho de pressão a parlamentares para que a PEC 32 não seja aprovada. Seja nas ruas ou nas redes, o recado tem sido claro: quem votar a favor da PEC não será reeleito.
"Há um mês, era impensável que conseguiríamos derrotar a PEC 32. Hoje, o cenário que vemos aqui no Congresso é de muito fortalecimento da nossa luta. Por isso, precisamos continuar mobilizados e pressionando cada parlamentar no seu estado, lá na feira onde ele come pastel", disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Durante as discussões do projeto na noite de quarta (22), a tropa bolsonarista aplicou uma série de golpes no regimento, mas, ainda assim, não teve sucesso. A oposição ameaçou pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para cancelar a reunião porque o relatório havia sido entregue depois do prazo combinado e o relator, Arthur Maia (DEM-BA), apresentou mudanças no texto depois que os deputados já tinham apresentado 26 destaques.
"O que eles tentaram fazer foi um golpe. Modificaram o parecer sem avisar para ninguém. Obviamente, não riremos permitir que isso acontecesse. neste sentido, foi suspensa a reunião. E, pelo regimento, suspensão se houver suspensão de mais de uma hora, automaticamente tem que cancelar a reunião. Aqui tem resistência em nome do Brasil, das servidoras e dos servidores públicos que estão aqui com muita garra e iremos até o fim para dizer não à PEC 32", disse a deputada distrital Erika Kokay (PT-DF).
Prejudical a toda a população
O diretor da Executiva Nacional da CUT e servidor público, Ismael Cesar, destacou que além de atacar direitos e conquistas dos atuais servidores públicos, a reforma praticamente põe fim à possibilidade de novos concursos públicos.
"Como se não bastasse esse pacote de maldade, esse projeto de emenda constitucional acaba com a perspectiva de serviços públicos para a população brasileira. Além do que acaba com a possibilidade de ter serviço de educação, saúde, proteção à mulher, ao índio, aos negros, ou seja, acaba com os serviços públicos. Essa é uma luta de toda a sociedade que vai perder os serviços caso o projeto seja aprovado”.
O sindicalista ainda reforçou o chamado para o ato Fora Bolsonaro no dia 02 de outubro. “A luta contra a PEC 32 se soma a essa expectativa de pôr fim a esse governo, de antecipar as eleições nesse país para que possamos de fato construir uma nova sociedade”, afirmou Ismael.