Escrito por: Marina Maria

Luta contra a PEC 32 marca dia das/os servidoras/os públicas/os em Brasília

A mobilização aconteceu na Esplanada dos Ministérios e reuniu trabalhadores das três esferas do funcionalismo

Leandro Gomes

Na data em que se celebra o dia das servidoras públicas e dos servidores públicos, a categoria não tem nada a comemorar, a não ser a capacidade de luta e organização. Massacrados pelo governo, sobrecarregados pelas demandas da sociedade e ameaçados o tempo inteiro com a retirada de direitos, os trabalhadores do setor público realizaram, em todo o país, uma série de atividades nesta quinta-feira (28). 

Em Brasília, a manifestação começou às 9h, no Espaço do Servidor. Após a concentração, que durou cerca de uma hora, os militantes caminharam até a Alameda das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, onde escreveram “Não à PEC 32” com seus corpos. Logo depois, seguiram em marcha até o Ministério da Economia, onde encerraram a atividade. 

"Hoje, 28 de outubro, demos sequência a uma luta que estamos travando contra PEC 32. Essa é uma batalha em defesa da prestação de serviços públicos de qualidade e para que não destrua aquilo que é direito da população. Estamos mobilizados todos os dias na Câmara Federal e continuaremos até que derrotemos a PEC 32. Por isso é importante a celebração desse dia para que possamos fortalecer a continuidade desse movimento que tem sido vitorioso até aqui. Só descansaremos quando derrotarmos a PEC 32 e tirarmos Bolsonaro e seu projeto do governo", disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. 

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que esteve presente no ato em Brasília, destacou a importância da união dos trabalhadores, estudantes, centrais sindicais e movimentos sociais. Para o dirigente sindical, a unidade é peça fundamental para barrar a PEC 32 na Câmara dos Deputados. “Essa é a PEC do desmonte. Esse governo incompetente e genocida quer desmantelar o serviço público para introduzir formas precárias de contratação, que retiram direitos dos servidores, quer bancar apadrinhamentos e acabar com as carreiras. O povo brasileiro está consciente e sabe o quanto os servidores e serviços públicos são importantes ao país, para a educação, a saúde, importância que ficou ainda mais evidente na pandemia de Covid-19, com o trabalho inestimável do SUS Serviço Único de Saúde. Educação e saúde no Brasil, não podem prescindir, jamais, do serviço público", afirmou. 

Fundamental para o Brasil

Nas atividade, o diretor da Executiva Nacional da CUT e servidor público, Ismael Cesar, destacou a importância das servidoras e dos servidores para a sociedade. "Trata-se de uma categoria que está em vários setores da sociedade. Aquilo que a sociedade precisa, ali, tem um servidor público, seja federal, estadual ou municipal".

O diretor CUTista lembrou ainda de como o trabalho realizado pela categoria tem sido fundamental no combate à pandemia da Covid-19.

"O descaso do  governo genocida de Bolsonaro ocasionou a morte de mais de 600 irmãos brasileiros, mas, sem  a presença do servidor público, o cenário seria ainda pior. Então, o servidor público é fundamental e é nesse sentido que a CUT se coloca contra o projeto de  morte que é a PEC 32, que destrói o serviço público. Para além de retirar direitos consagrados do funcionalismo público, a medida acaba com serviços fundamentais  à população", disse.

Não tem arrego 

A vice-presidenta da CUT-DF e diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF), Meg Guimarães, destacou que a data, que seria para ser um dia de comemoração, está sendo mais um dia de luta. "Precisamos derrotar a PEC 32 que, se for aprovada, destruirá  os serviços públicos, atingindo em cheio todas as servidoras públicas e todos os servidores públicos das três esferas. Para nós da CUT e do Sinpro é uma questão de honra derrotar definitivamente essa PEC", disse.

O mesmo entendimento é compartilhado pelo secretário de Comunicação do Sindsep/DF, Gediel Ribeiro, que afirmou que, as servidoras públicas e os servidores públicos do país aceitarão a PEC 32.  "Não vamos aceitar a privatização das empresas e serviços que atendem ao povo brasileiro. Hoje é o dia dos servidores públicos, aqueles que atuam na linha de frente do enfrentamento à pandemia. Aqueles que atendem os trabalhadores que ficaram desempregados nesse período. Esse mesmo servidor em quem Paulo Guedes quer colocar uma granada no bolso. Estamos aqui para devolver essa granada a ele", afirmou.

Privatizações 

Trabalhadoras e trabalhadores dos Correios marcaram presença na atividade, manifestando-se contra o PL 591, que visa a privatização da empresa. A proposta tramita no Senado Federal e o relatório apresentado pelo senador  Márcio Bittar (MDB-AC) pode ser votado nas primeiras semanas de novembro na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). 

A presidenta do Sintect/DF, Amanda Gomes Corcino, afirmou que o relatório poderia ter sido votado nesta semana, mas graças à mobilização da categoria a discussão foi adiada para o dia 09/11. A sindicalista afirmou que, por causa disso, haverá uma série de atividades para pressionar os senadores a rejeitarem a proposta. “No dia 08/11, teremos atividades em todos os estados contra esse projeto. Caso a comissão aprove o relatório, ele pode ir à votação em plenário ou passar por outra Comissão. O senador Paulo Paim (PT-RS) enviou um requerimento pedindo que o projeto passe também pela CCJ antes de ir à plenário”, informou Amanda Corcino.  

"Estamos terminando mais uma semana vitoriosa porque não votaram a PEC 32. Na próxima semana teremos um feriado, por isso começamos o nosso movimento na quarta-feira pela manhã, pressionando os parlamentares no aeroporto. Às 14h, estaremos novamente em vigília em frente ao anexo II da Câmara dos Deputados", informou o diretor executivo da CUT, Pedro Armengol, ao fim da atividade.   

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