Comunidade acadêmica protesta contra violência sexual na UnB
Em menos de dois meses, é a segunda vez que a polícia foi acionada devido a crimes desta natureza dentro das instalações da Universidade. Estudantes exigem mudanças
Publicado: 11 Julho, 2022 - 15h03 | Última modificação: 12 Julho, 2022 - 10h52
Escrito por: Marina Maria
Nesta segunda-feira (11), estudantes, servidoras e militantes de diversos movimentos sociais protestaram por mais segurança e ações de proteção às mulheres que compõem a comunidade acadêmica da Universidade de Brasília. A atividade aconteceu por causa da denúncia de uma estudante de 18 anos que foi estuprada no campus Darcy Ribeiro na noite da última sexta-feira (8).
O ato de protesto começou às 12h, no Ceubinho. De lá, os manifestantes seguiram com faixas, cartazes e palavras de ordem rumo à reitoria, onde cobraram ações efetivas de combate à violência contra as mulheres na UnB. Às 18h, uma nova atividade com o mesmo propósito foi convocada, com concentração na Faculdade de Educação (FE), próximo ao local onde ocorreu o crime.
Segundo a secretária de Comunicação da CUT-DF, Ana Paula Cusinato, infelizmente, esse é um problema antigo e recorrente. “Desde a década de 1990, quando eu fui estudante da Universidade de Brasília, o debate sobre assédio sexual e estupros dentro do campus já era muito forte. E mesmo assim, não existe a construção de uma política pública de enfrentamento ao problema”, afirmou.
Para Ana Paula, o problema não se concentra apenas na falta de iluminação, mas em uma série de fatores. “É necessário que seja realizado um conjunto de ações integradas. Não podemos permitir que jovens tenham medo de fazer disciplinas a noite, de ir ao banheiro sozinhas, este é um assunto que demanda atenção especial da reitoria e da comunidade acadêmica”, pontuou.
Em nota, a Universidade lamentou o ocorrido e afirmou que “qualquer tipo de assédio, abuso ou violência sexual é inaceitável e precisa ser rigorosamente punido” e que está contribuindo com as investigações do caso.