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Jornalistas pressionam patrões a apresentar proposta de reajuste decente 

É a segunda vez, em menos de um mês, que a categoria cruza os braços para pressionar o sindicato patronal pela recomposição da inflação. Uma nova mobilização já está sendo preparada caso não haja avanço

Publicado: 08 Junho, 2022 - 19h04 | Última modificação: 08 Junho, 2022 - 19h51

Escrito por: Marina Maria

Marina Maria
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Há três anos acumulando perdas salariais, os jornalistas só receberam do Sindicato patronal a proposta de 4% de reajuste. Por isso, na tarde desta quarta-feira (08), parte da categoria, que trabalha na sucursal da editora Globo em Brasília, realizou mais uma paralisação. Desta vez, as trabalhadoras e trabalhadores cruzaram os braços durante todo o período da tarde, enquanto se concentravam em frente ao Brasília Shopping, próximo à sede da empresa, que fica na 701 Norte. 

A coordenadora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e membro da executiva Nacional da CUT, Virginia Berriel, lembrou que muitos profissionais não puderam estar presentes na mobilização porque, tanto em Brasília quanto no Rio, grande parte da categoria está infectada com Covid ou aguardando resultados dos testes. 

“Os jornalistas enfrentaram e enfrentam a pandemia nas ruas,  na linha de frente, produzindo matérias de qualidade, divulgando informações precisas. A informação salva vidas.  Foi essa categoria que construiu o consórcio de imprensa para levar conhecimento sobre o vírus para a população. Vamos lembrar que temos vários jornalistas sendo perseguidos no país, tivemos essa semana um jornalista do Congresso em Foco ameaçado de morte, a editora do mesmo jornal também sendo ameaçada. Temos um jornalista internacional desaparecido na Amazônia. Em 2021, foram 175 ataques que os jornalistas e todos nós sabemos que o autor destes ataques é aquele que desgoverna o país”, afirmou a sindicalista. 

Além do reajuste de 10,6% nos salários e benefícios, que corresponde às perdas inflacionárias da categoria até a data base, em 1º de fevereiro, os jornalistas reivindicam mais 1,5% a título de perdas salariais. Para Virgínia, a proposta de 4% do sindicato patronal é um deboche.  O Sindicato patronal também se recusa a reajustar os salários retroativamente, respeitando a data base da categoria. 

“Nos dois últimos anos, em 2020 e 2021, na data base, os jornalistas tiveram apenas 50%da inflação acumulada. As perdas salariais estão grandes, precisamos recuperar as perdas e garantir dignidade para os jornalistas. A nossa luta vai continuar até que a editora Globo, até que o sindicato patronal apresente uma proposta digna para os jornalistas”, garantiu Virginia Berriel. 

Caso as negociações não avancem até a próxima terça-feira (14), haverá uma nova paralisação.