Jornalistas do Correio Braziliense rejeitam pagamento parcial e mantêm greve
A mobilização pelo pagamento integral do salário já dura três dias e categoria tem dado um recado claro: só retorna aos postos de trabalho quando toda a redação receber 100% dos vencimentos
Publicado: 10 Dezembro, 2020 - 18h59 | Última modificação: 10 Dezembro, 2020 - 21h36
Escrito por: Leandro Gomes
Em assembleia realizada nesta quinta-feira (10), os jornalistas do Correio Braziliense deliberaram a manutenção da greve por, pelo menos, até a próxima sexta (11). A mobilização, que já dura três dias, exige o pagamento integral do salário de novembro, em atraso desde o dia 4 de dezembro.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF), até a realização do encontro, 70% dos trabalhadores tinham recebido o salário completo. Porém, seguindo o princípio de solidariedade, o grupo só encerrará o movimento paredista quando toda a redação receber o valor completo.
Segundo o coordenador-geral do SJPDF, Silvio Queiroz, o histórico do Correio nos último anos "tem sido uma escalada de descompromisso com a categoria". "A redação não pode ser acusada por intransigência porque durante todo esse tempo, seguida vezes aceitou acordos que o jornal não cumpriu", disse.
E, de fato, o Correio não tem honrado os compromissos firmados com a categoria e com o Sindicato. Além do salário de novembro, a empresa deve também a primeira parcela do 13º e uma parcela do Programa de Participação de Resultado (PPR) relativo à Convenção Coletiva de Trabalho de 2019. Também estão em atraso há dois meses o pagamento parcelado − segundo acordo judicial firmado com o SPJDF- de férias e tickets devidos, em alguns casos, há mais de dois anos.
"Essa greve do Correio tem uma mensagem muito forte de luta e de resistência. Em primeiro lugar, para a categoria de jornalistas, que é uma profissão que vem sendo muito precarizada e cada vez mais os trabalhadores têm sido privados de direitos e garantias. Essa mobilização é uma mensagem forte para a categoria de jornalistas de que é preciso resistir", afirmou o dirigente.