Ibaneis põe a PM para reprimir ato público pacífico e apreender faixa do Sinpro-DF
Após longa negociação, com intervenção do advogado do Sinpro-DF, a faixa foi autorizada e, o protesto, mantido
Publicado: 22 Junho, 2021 - 13h42 | Última modificação: 23 Junho, 2021 - 15h46
Escrito por: Sinpro-DF
Na manhã desta terça-feira (22), o governo Ibaneis Rocha (MDB) mobilizou mais de 20 policiais militares, oito viaturas e um ônibus, além das viaturas do DF Legal e do Corpo de Bombeiros, para reprimir a manifestação pacífica que o Sinpro-DF na Rodoviária do Plano Piloto e recolher a faixa da campanha “A culpa é dele”, em que o sindicato denuncia o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) pela mortandade por Covid-19, todas evitáveis, de brasileiros(as). A repressão foi filmada pela equipe cinematográfica do sindicato.
Após longa negociação, com intervenção do advogado do Sinpro-DF, Lucas Mori, a faixa foi autorizada e, o protesto, mantido. No momento, a faixa de 30 metros de comprimento e 4,5 metros de altura com os dizeres “Mais de 500 mil mortos. A culpa é dele. Fora Bolsonaro” está posicionada no muro da plataforma superior da Rodoviária, ao lado do Teatro Nacional, visível para quem se movimenta da Esplanada dos Ministérios rumo ao Conjunto Nacional e à Torre de TV.
Contudo, durante a ação, a negociação não foi tão tranquila. Com a ameaça de recolhimento da faixa, o advogado do Sinpro-DF teve de entrar em cena e, enquanto ele negociava, a diretora do Sinpro-DF Vilmara Pereira do Carmo denunciou a repressão: “Estamos fazendo uma manifestação autorizada no domingo (22) e, agora, novamente, a Polícia Militar está querendo me prender porque eu sou responsável, enquanto diretora do Sinpro-DF, por causa da faixa que denuncia as mais de quinhentas mil mortes”, disse.
E continuou: “Nós ainda estamos numa democracia. Não é legítimo prender qualquer cidadão, qualquer cidadã por causa de uma manifestação em que não estamos ofendendo ninguém e com a qual estamos denunciando mais de quinhentas mil mortes de brasileiras e brasileiros porque este presidente não comprou vacina e agora estamos aqui, inclusive vocês, policiais, sem sermos vacinados”.
O advogado do Sinpro-DF, Lucas Mori, conseguiu, após longa negociação, garantir a continuidade do protesto e a manutenção da faixa na plataforma superior da Rodoviária até meio-dia desta terça. “Aguardamos a notificação de recolhimento da faixa porque a gente precisa dessa documentação legal que justifique a não permissão da nossa livre manifestação para que, depois, a gente possa tomar as devidas providências com relação a esse procedimento altamente ofensivo do GDF frente à nossa manifestação”, explicou Vilmara.
Ela também informou que já é o quarto dia da campanha “A culpa é dele” em que o Sinpro-DF vai às ruas da capital do País denunciar os motivos das mais de quinhentas mil mortes por Covid-19. “Temos tido boa receptividade e aprovação da população e também recebemos buzinaço contra a nossa manifestação, o que é natural dentro de uma democracia. O que não é natural é a gente ter esse efetivo de policiais que, ao invés de fazer a ronda deles na Asa Sul e na Asa Norte, ficam aqui parados esperando que o DF Legal faça o trabalho de produzir uma autuação para que a gente possa retirar a faixa”, explicou.
Vilmara encerra o protesto denunciando o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL). “Enquanto esperamos a ação do DF Legal, estamos nos organizando, encerrando o nosso ato público, o nosso protesto, a nossa denúncia contra as mais de 500 mil mortes de brasileiros e brasileiras vítimas de Covid-19 porque o Presidente da República não comprou vacinas, não pactuou com o Instituto Butantan para produção da CoronaVac, não respondeu aos e-mails da Pfizer, que foram enviados ainda em novembro do ano passado e, por conta disso, quando ele resolveu comprar as vacinas, único mecanismo de enfrentamento da doença, foi somente agora em março de 2021, quando as empresas não tinham o imunizante para pronta entrega. Por isso que, inclusive, aqui no DF a gente não tem vacina para vacinar a nossa categoria e, não somente a nossa categoria, mas todas as outras, inclusive a de policiais que também não foram vacinados”
E completou: “Nem todo o efetivo da segurança pública e de profissionais da saúde foi vacinado porque o governo Bolsonaro não comprou as vacinas. O governo Ibaneis, por sua vez, que segue à risca essa atuação irresponsável do governo Bolsonaro, mantém os protocolos irresponsáveis e genocidas do governo federal. É por isso que estamos aqui protestando e denunciando que essas mais de 500 mil vidas poderiam ter sido poupadas se a gente tivesse um Presidente da República preocupado e responsável com o povo brasileiro. Fora Bolsonaro genocida! Fora Bolsonaro pornográfico porque o seu governo é uma pornografia, é uma imoralidade, é uma indecência! Fora governo Bolsonaro e já!”