Escrito por: Sinpro-DF, com informações do BdF MG

Grito dos Excluídos deste 7/9 relaciona crise ambiental e vulnerabilidade social  

O lema da 30ª edição do Grito dos Excluídos é “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”

Com 30 anos de história, o Grito dos Excluídos realiza mais uma edição neste 7 de setembro, Dia da Independência. A concentração para o ato será na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic, às 10h. De lá, os manifestantes realizarão passeata até a Rodoviária do Plano Piloto.

O lema da 30ª edição do Grito dos Excluídos é “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”. A pergunta é uma crítica ao sistema econômico vigente que, segundo os organizadores do ato, também é responsável pela crise climática, que atinge, principalmente, as pessoas em vulnerabilidade social.

“Gritamos pelo direito à vida, que está diretamente ligado ao direito ao meio ambiente sadio: um direito humano fundamental. São várias as formas de violência contra os excluídos. E a destruição da natureza, uma imposição desse sistema econômico, é uma das violências que matam. É preciso que a sociedade compreenda que a forma de preservar todas as vidas é preservando cada uma delas”, afirma o secretário de Políticas Sociais e Direitos Humanos da Cut-DF, Cleber Soares, que integra a organização do Grito dos Excluídos no DF.

Raimundo Kamir, diretor do Sinpro-DF, ressalta que, embora a crise climática atinja toda a sociedade, os primeiros e mais prejudicados são as pessoas pobres e pretas, e exemplifica com caso do DF.

“Com a fumaça decorrente de queimadas, a Secretaria de Saúde do DF recomendou permanecer em ambiente com portas e janelas fechadas, ingerir bastante água e se proteger contra a poeira. Mas como as famílias da periferia vão seguir essas orientações, se a maioria mora em barracos de um quarto, em terrenos sem pavimentação e sem acesso a água potável?”, questiona.

História
O primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, e aconteceu em 170 localidades. Em Aparecida, São Paulo, aconteceu junto à Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, parceria que continua até hoje.

Em 1993, em Montes Claros (MG), já havia acontecido o “Clamor dos Sem Teto”, encontro posteriormente identificado como precursor do Grito dos Excluídos. A mobilização ocorreu após visitas às ocupações urbanas durante a Campanha da Fraternidade daquele ano.

O tema era “Onde Moras?” e, como tudo ocorreu próximo ao 7 de setembro, foi realizada uma parada cívica durante o desfile oficial. As famílias organizadas, os jovens e todos os simpatizantes àquela causa tomaram as ruas, com cartazes que manifestavam a indignação com a situação dos moradores das favelas de Montes Claros.

A partir de 1996, o Grito dos Excluídos e Excluídas foi assumido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que o aprovou em sua Assembleia Geral como parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM).

Com informações do BdF Minas Gerais