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Greve dos servidores do Conselho de Veterinária ganha apoio nacional

Os trabalhadores do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal- CRMV-DF, em greve há oito dias, recebem apoio de Sindicatos que representam trabalhadores em conselhos de fiscalização profissional de todo o Brasil. Nesse período de paralisação, os trabalhadores enfrentaram uma série de ações praticadas pelo Conselho para pôr fim à mobilização, inclusive caso de injúria […]

Publicado: 19 Maio, 2015 - 08h32

Escrito por: Jean Maciel

Jean Maciel
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Os trabalhadores do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal- CRMV-DF, em greve há oito dias, recebem apoio de Sindicatos que representam trabalhadores em conselhos de fiscalização profissional de todo o Brasil. Nesse período de paralisação, os trabalhadores enfrentaram uma série de ações praticadas pelo Conselho para pôr fim à mobilização, inclusive caso de injúria racial contra funcionário do Sindecof-DF.

A greve dos funcionários  não ocorre só para abertura de negociação, atendimento de reivindicações salariais e para cumprimento e assinatura de acordos coletivos anteriores. A paralisação é motivada também pela demissão arbitrária e injustificada, sem qualquer processo administrativo disciplinar, de um servidor concursado do Conselho. O movimento combate também o assédio moral reinante no Conselho.

Para um funcionário que faz parte do movimento,  o apoio de vários outros companheiros e de outros estados do Brasil significa que o movimento está repercutindo por todos os cantos. “Isso tem nos motivado a permanecer firmes, apesar de toda tentativa por parte do Conselho de acabar com a greve e de até nos prejudicar”, afirma, criticando o fato de a direção do CRMV ser intransigente e não abir negociação.

Os trabalhadores de todo o País têm enviado para o Sindecof-DF fotos com cartazes de apoio e frases de solidariedade aos funcionários do CRMV-DF. “Para o Sindicato é de grande importância o apoio que os companheiros têm prestado aos funcionários do CRMV-DF, isso mostra que a solidariedade de classe unifica e dá força à luta, principalmente diante de um Conselho que trata os funcionários com tremenda truculência e desrespeito”, avalia o diretor do Sindecof-DF, Daniel Nunes.

O dirigente também ressalta que este tipo de apoio deve incentivar os trabalhadores de outros Conselhos que passam pela mesma situação. “Que a mobilização no CRMV-DF sirva de exemplo para denunciar e combater as represálias, o assédio moral e o totalitarismo imposto por diretores de Conselhos”, ressalta

Injúria racial

“Macaco”. Foi com essa ofensa racista, com o dedo em riste e postura agressiva e ameaçadora, que o assessor jurídico do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do DF, o advogado Enrico da Cunha Correa, se dirigiu ao funcionário do Sindicato dos Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional – SINDECOF-DF, Sinvaldo. A agressão verbal ocorreu no final da manhã da última quinta-feira (14) quando o advogado investiu contra um dirigente e o funcionário do SINDECOF-DF, depois de arrancar cartazes afixados nas portas do CRMV-DF, que informavam o público sobre a greve dos empregados daquele Conselho, que já dura oito dias.

“Nós repudiamos a atitude do advogado do CRMV/DF, que como defensor da lei deveria ser o primeiro a respeitar as pessoas. E saber que injúria racial é crime. Percebemos por esta e por várias atitudes que o Conselho vem tomando, o tamanho desrespeito que os funcionários sofrem dentro do próprio local de trabalho. Foram tomadas todas as providências em relação ao episódio e vamos permanecer firmes na luta contra as atrocidades do CRMV/DF”, afirma o presidente do Sondecof-DF, Douglas de Almeida Cunha.

A ofensa racista gerou reação do Sindicato, muito bate-boca e o registro da ocorrência pela Polícia Federal. Revoltado com a injúria qualificada, o funcionário, com testemunha dos dirigentes sindicais, registrou queixa contra o advogado no 5º DP no início da noite por ofensa racista.

Não bastasse o episódio de injúria racial, o Conselho acionou no dia seguinte a administração de condomínio do prédio onde se localiza o CRMV-DF, sob alegação de que os funcionários não podem ficar nos corredores do prédio para não gerar “tumulto” e “aglomeração”.

Fonte: CUT Brasília