GDF insistirá no retorno presencial de estudantes às escolas
Governo Ibaneis (MDB) determina a volta presencial às aulas, mas a variante Delta, que já circula na capital do País em transmissão comunitária pode lançar a comunidade escolar numa cruzada de alto risco
Publicado: 28 Julho, 2021 - 13h41 | Última modificação: 30 Julho, 2021 - 13h59
Escrito por: Henrique Teixeira – Jornal Brasil Popular/DF
A secretária de Estado de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, e representantes do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) se reuniram, no fim da tarde desta quarta-feira (28), para discutirem algumas dúvidas sobre a proposta do Governo do Distrito Federal (GDF) de retornar às aulas presenciais na rede pública de ensino na próxima semana. Os dirigentes sindicais demonstraram preocupação em relação à insegurança dos pais, assim como a apreensão dos professores que ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19.
A dirigente sindical Rosilene Corrêa, do Sinpro-DF, reconhece que o melhor lugar para os estudantes é na escola. No entanto, ela pondera que é preciso que estudantes, professores e pais tenham segurança. “Vamos insistir junto à Secretaria de Educação para que esse retorno seja feito com o máximo de segurança possível, uma vez que não há 100% de garantia. Mas naquilo que pode e deve ser feito, seja de fato garantido”, defende.
Segundo a sindicalista, algumas coisas ainda não estavam claras, como a situação dos professores que tomaram a vacina Pfizer, por exemplo. “Como essa vacina ainda não tem antecipação, ficou garantido que os professores só retornarão para o presencial após a segunda dose. Então, a escola deverá ter uma organização para que esses professores continuem em atividade remota”, explica Rosilene. A segunda dose da Pfazer é aplicada somente após três meses da primeira.
A Secretaria de Estado da Educação (SEE-DF) garantiu que está tomando providências junto às escolas para que as aulas possam retornar com segurança. Destacou ainda que o GDF vai insistir no retorno presencial, mas que vão analisar caso a caso de estudantes que tenham comorbidades, por exemplo.
Contudo, é importante considerar que o aumento no número de novos casos de contaminações coronavírus e adoecimento por Covid-19, bem como a confirmação recente da variante Delta no DF, em transmissão comunitária, que tem grau de transmissibilidade superior à cepa Gama, predominante no Brasil, pode lançar a comunidade escolar numa cruzada de alto risco, como o aumento no número de óbitos até de crianças e adolescentes pelo novo coronavírus.
Nesta sexta-feira (30), o Sinpro-DF fará Assembleia Geral virtual com os professores para saber a opinião da categoria em relação ao retorno seguro às aulas presenciais.
A professora Sara Cristina disse estar preocupada com o retorno, uma vez que vários profissionais de ensino são do grupo de risco. “Apesar da preocupação da direção da escola em adquirir vários produtos e equipamentos de proteção sanitária, ainda sim estou preocupada, já que acho difícil manter o distanciamento social nas escolas públicas entre os estudantes”, disse.
Ana Isabel, mãe do aluno Caio Silveira que cursa o 9º ano e tem problemas respiratórios, é contra o retorno presencial agora. Ela ainda não sabe se o retorno do filho à escola será obrigatório ou opcional. “Por ele ter asma isso me preocupa muito. Estamos nos preservando de ir em vários lugares e por isso ainda acho cedo deixá-lo ir para a escola agora. Eu e meu marido estamos muito preocupados com isso, porque por mais que a gente oriente ele a tomar cuidado, eu acho que o melhor seria manter o ensino online por enquanto”, defende.
Nesta quinta-feira (29), pais e alunos farão carreata contra as aulas presenciais no DF, a partir de 12h. A concentração ocorrerá em frente ao Palácio do Buriti e seguirá até a Rodoviária do Plano Piloto, de onde retornará para à sede do Executivo local.