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Frente Brasil Popular realiza plenária de reorganização em Brasília

Completando dez anos de existência, a Frente reuniu lideranças de movimentos sociais e centrais sindicais em Brasília para definir ações coletivas, reforçar a mobilização nos territórios e planejar atos

Publicado: 12 Outubro, 2025 - 14h00 | Última modificação: 15 Outubro, 2025 - 15h02

Escrito por: Marina Maria

Marcos Paulo
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Movimentos sociais e centrais sindicais se reuniram em Brasília na manhã desse sábado (11) para discutir a reorganização da Frente Brasil Popular (FBP), que completa dez anos em 2025. A plenária teve como objetivo fortalecer a articulação entre entidades e atualizar a agenda de lutas diante dos desafios políticos e sociais do país e do Distrito Federal. 

Uma década de resistência e fortalecimento da Frente

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, destacou o contexto histórico da criação da Frente em 2015, quando diversas organizações se uniram para defender a democracia diante do avanço de pautas golpistas após as eleições de 2014. “A Frente nasceu da necessidade de resistência. Em 2015, quando o resultado das urnas começou a ser colocado em dúvida, as forças progressistas se uniram para denunciar o golpe e defender os direitos do povo. Foi um movimento fundamental para que o impeachment de Dilma Rousseff não passasse como um processo normal”, afirmou Rodrigues, lembrando que a reorganização da Frente neste momento é essencial para enfrentar os ataques da extrema direita e reconstruir a mobilização popular, inclusive diante de uma conjuntura internacional desafiadora.

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Marco Baratto, dirigente do MST, ressaltou a importância de fortalecer a luta de massas e levar o debate político para os territórios populares. “Vivemos o pior momento desde o fim da ditadura militar. É preciso retomar o contato direto com o mobilizaçãopovo e reconstruir a unidade da classe trabalhadora. Se não estivermos nas periferias, alguém vai estar — e nem sempre do nosso lado”, alertou, enfatizando a necessidade de combinar pautas nacionais com demandas locais e avançar para além das “bolhas” das entidades.

Lucas Silva, dirigente da CTB, reforçou a importância da unificação da classe trabalhadora no Distrito Federal, lembrando que a luta por salário, moradia e dignidade é a base para construir a unidade popular. Rosilene Corrêa, professora, dirigente da CNTE e do PT-DF, destacou a necessidade de reorganizar as forças progressistas diante do cenário político local e alertou para o avanço da extrema direita nas periferias, enfatizando que é necessário reconstruir a ligação direta com o povo e combater projetos que sustentam desigualdades. Cris Silva, dirigente da União Nacional por Moradia Popular, reforçou que a pauta da moradia deve voltar ao centro da luta e que a reconstrução da Frente passa pelo diálogo direto com as famílias que mais precisam de políticas públicas.

Calendário de lutas e encaminhamentos estratégicos

A plenária definiu um calendário de mobilizações e encaminhamentos estratégicos. Entre os próximos atos está um evento unificado em 29 de outubro em Brasília, em defesa dos serviços públicos e contra a Reforma Administrativa, além de pré-caravanas e caravanas previstas para 25 e 29 de outubro, com atividades culturais e panfletagem, incluindo o cortejo Sol Nascente. Também foi planejado um grande ato na Câmara Legislativa do DF para a segunda quinzena de novembro, abordando saúde, mobilidade, PDOT, moradia e serviços públicos. Além disso, foi indicado para o dia 1° de novembro a reunião de planejamento da frente. 

 
 
 
 
 
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Foram definidos encaminhamentos para organizar pautas prioritárias como saúde e SUS, seletividade penal, lixo e moradia, e fortalecer a mobilização nos territórios com debates em igrejas e atividades nas RAS, além de pensar em frentes de atuação por campos. Cada organização participante deve indicar militantes ou dirigentes para integrar a Frente e criar um grupo ampliado que promova formação política e análise crítica da conjuntura.

Thaísa Magalhães, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, destacou a importância de ações coletivas e planejamento estratégico. “Precisamos dar passos concretos, definir tarefas coletivas e sair daqui com compromissos claros para concluir o ano e iniciar o próximo com estratégias mais eficientes e participação ativa nos movimentos”, afirmou, reforçando que em breve a Frente realizará uma nova reunião de organização para consolidar essas atividades e avançar na implementação das ações planejadas.

A plenária reafirmou o compromisso da Frente Brasil Popular em resgatar sua trajetória de resistência e articular de forma sólida a luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da população mais vulnerável do Distrito Federal e do país.