Estudantes protestam contra Bolsonaro e o descaso na educação
Mobilização nacional ocorre em todo o país e visa impedir novos cortes nas universidades públicas
Publicado: 19 Outubro, 2022 - 10h07 | Última modificação: 19 Outubro, 2022 - 10h14
Escrito por: Brasil de Fato DF
Estudantes de institutos e universidades públicas marcharam pelas ruas de Brasília, na manhã desta terça-feira (18), em ato nacional organizado por entidades estudantis em todo o Brasil contra a política de cortes orçamentários na educação. A mobilização unificada foi convocada pela União Nacional dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União Nacional dos Estudantes (UNE), que representa os universitários, e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), além do apoio de sindicatos de trabalhadores do setor.
Os estudantes se uniram contra Bolsonaro após sucessivos cortes orçamentários no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). No início do mês, o governo anunciou cortes no MEC da ordem de R$ 2,4 bilhões, com impactos diretos sobre os cofres da rede, capazes de inviabilizar o funcionamento de universidades e institutos. Houve forte repercussão negativa e o governo acabou recuando da medida, em meio à corrida eleitoral. O recuo foi uma forma de tentar desmobilizar os estudantes.
Na capital federal, o ato começou sob o viaduto da Galeria dos Estados, reunindo cerca de 200 pessoas. Em seguida, os estudantes marcharam em direção à Esplanada dos Ministérios e o ato foi encerrado na sede do MEC, por volta das 12h. A manifestação foi pacífica e não registrou incidentes. Em cerca de 100 cidades estão previstas manifestações semelhantes ao longo do dia.
"A gente só vai conseguir mudar essa situação com um novo governo que tenha compromisso com a educação e os estudantes", aponta Cíntia Isla, estudante de pós-graduação e integrante do Levante Popular da Juventude.
No governo de Jair Bolsonaro, o orçamento da educação superior foi reduzido em 12% na comparação dos últimos quatro anos. Isso em termos nominais, sem contar a inflação. Até antes desse novo corte, as universidades federais teriam R$ 5,33 bilhões disponíveis para investimentos, manutenção e bolsas estudantis este ano, contra R$ 6,06 bilhões aprovados em 2019, primeiro ano do atual governo. Segundo a UNE, quando se compara o orçamento atual com o ano de 2010, a redução é de 37%.