ECTistas pressionam e adicional de periculosidade dos motociclistas está mantido

Em assembleia realizada nessa quarta-feira (3), os trabalhadores dos Correios aprovaram a manutenção do adicional de periculosidade dos motociclistas e rejeitaram parcialmente a proposta da empresa sobre outras reivindicações relacionadas às condições de trabalho. Além disso, o estado de greve será mantido até a próxima assembleia, agendada para o dia 11 de abril.

A proposta submetida à aprovação dos ECTistas foi apresentada após reunião entre representantes da categoria e direção dos Correios, com conciliação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Confira a seguir os destaques da deliberação.

Concurso Público

Uma das reivindicações que tem mobilizado os trabalhadores dos Correios nos últimos anos é a realização de concurso público. Segundo o Sintect-DF ─ sindicato que representa os ECTistas no DF e Entorno ─, em diversas localidades, a categoria tem sofrido com o excesso de trabalho, devido à falta de efetivo. Em Formosa, por exemplo, quase 5 mil objetos estão parados. Além disso, a sobrecarga tem levado ao adoecimento físico e mental dos trabalhadores.

Dessa forma, o Sintect-DF e a Fentect ─ federação que representa os trabalhadores nacionalmente ─ questionaram o cronograma apresentado pela empresa, que prevê edital apenas em setembro, com contratação em dezembro, caso tudo saia como previsto. De acordo com Amanda, "há urgência em uma contratação imediata, pois não podemos esperar até dezembro. Tanto os trabalhadores quanto a própria empresa estão sendo impactados com o aumento do número de objetos parados nas unidades, o aumento de demanda e o crescente número de trabalhadores adoecendo e precisando se afastar, indo para o INSS. Não podemos concordar com esse cronograma. Exigimos concurso público emergencial. Concurso Público já!”.

Adicional de Periculosidade dos Motociclistas

A assembleia aprovou a retomada do pagamento da periculosidade com o pagamento imediato do retroativo em folha suplementar. De acordo com o Sintect-DF, “esse adicional é um direito essencial para os motociclistas, que enfrentam diariamente os perigos do trânsito para realizar suas atividades”.

No encontro, foi ressaltado ainda que a periculosidade não deve ser tratada como moeda de troca, mas sim como um direito legítimo dos trabalhadores, que merecem ter sua segurança e seus direitos preservados.

“A manutenção e a devolução imediata dos valores descontados na folha de março foram medidas importantes para a categoria, que continua em negociação em relação às demais reivindicações”, destacou o Sindicato.

Plano de Saúde

Durante a campanha salarial passada, a empresa havia assinado ata que previa a redução da co-participação de 30% para 15% e a isenção dessa taxa em procedimentos chamados de Grandes Ofensores ─ a quimioterapia, a radioterapia e a hemodiálise.

No entanto, a ECT propôs um calendário para análise e aprovação da minuta pelo Colegiado Postal Saúde dos Correios em maio, com implementação pela operadora em junho. A categoria reivindicou a implementação imediata dessas mudanças, ressaltando que o acordo já havia sido firmado e assinado em ata em setembro do ano anterior, portanto as condições acordadas deveriam ser aplicadas imediatamente.

Sistema de Redistritamento

Sobre o SD, os trabalhadores reivindicaram a participação efetiva dos representantes sindicais para contribuir com a evolução do Sistema e com a definição da metodologia utilizada e dos tempos estabelecidos para cada ação.

Manutenção do estado de greve e nova assembleia

Por fim, foi enfatizada a importância de manter a mobilização dos trabalhadores, com a realização de nova assembleia na próxima quinta (11), para avaliação do cumprimento da proposta. Caso a empresa não cumpra os temas acordados até lá, a categoria está disposta a deflagrar greve.

 “Se isso não ocorrer, a categoria pode deflagrar greve, sim. Eu gostaria muito que estivéssemos caminhando para a deflagração, em vez da manutenção do estado de greve, diante do descaso da empresa em relação aos trabalhadores. Mas a direção do Sintect-DF não vai tomar essa decisão, pois não queremos prejudicar o pagamento dos motociclistas, que está condicionado a isso, a não ter o movimento grevista, mas a direção da empresa mereceria”, disse a presidenta do Sintect-DF e secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Amanda Corcino.

Antes de finalizar, Amanda fez um alerta aos Correios.

"Ouça bem, caso não efetuem o pagamento do adicional, não suspendam o DDA e não realizem as ações que podem ser feitas imediatamente, estamos dando um prazo até a nossa Assembleia do dia 11 para tomar medidas mais drásticas, incluindo a deflagração de greve, porque não existe conquista sem luta”, finalizou.