Dirigentes sindicais promovem protesto contra agressões de embaixador da Arábia Saudita
Nessa terça feira (23), dezenas de trabalhadores realizaram ato contra o desrespeito à legislação trabalhista e aos direitos humanos na embaixada da Arábia Saudita no Brasil. A atividade foi realizada pelo Sindnações, sindicato que representa os trabalhadores em embaixadas e consulados, em conjunto com a CUT Brasília e outras entidades sindicais. A manifestação foi realizada […]
Publicado: 24 Setembro, 2014 - 18h44
Escrito por: Leandro Gomes

Nessa terça feira (23), dezenas de trabalhadores realizaram ato contra o desrespeito à legislação trabalhista e aos direitos humanos na embaixada da Arábia Saudita no Brasil. A atividade foi realizada pelo Sindnações, sindicato que representa os trabalhadores em embaixadas e consulados, em conjunto com a CUT Brasília e outras entidades sindicais. A manifestação foi realizada por volta das 19h, em frente ao Clube Porto Vitória, no setor de clube sul em Brasília, onde cônsules da embaixada realizavam confraternização.
O estopim para o protesto foi a agressão do embaixador Hisham Alqahtani contra o funcionário Nivaldo Féchio, que trabalhava na residência do embaixador. Após a agressão, com o apoio do Sindnações, o trabalhador registrou boletim de ocorrência contra o embaixador na 10ª Delegacia de Polícia, no Lago Sul.
No boletim de ocorrência, o trabalhador declarou que foi agredido verbalmente pelo embaixador saudita ao perguntar se o motorista da residência oficial poderia ser liberado. “Fui chamado de louco e maluco só por não saber que o motorista estava na rua, em serviço”, declara o trabalhador. Féchio conta que, logo depois, o embaixador partiu para cima dele “violentamente, agarrando-o pelo jaleco”. Em seguida, conta, “o embaixador foi à cozinha, se apossou de um objeto e partiu novamente para cima”. Quem conteve o embaixador foram seus familiares. “Ele estava surtado”, diz o trabalhador.
O boletim de ocorrência ainda registra que o declarante foi informado de que, por ordens do embaixador saudita, ele estaria proibido de entrar na residência, sendo impedido de voltar ao local de trabalho.
Segundo o Sindnações, já foram feitas outras denúncias semelhantes contra o embaixador da Arábia Saudita no Brasil. “Os trabalhadores alegam que são vitimas de assédio moral, agressão verbal e abuso de poder patronal a todo o momento. Além disso, há fortes indícios de que existe trabalho escravo na embaixada saudita”, afirma o presidente do Sindnações, Marcondes Rodrigues da Silva.
Secretaria de Comunicação da CUT Brasília