Escrito por: Marina Maria

Dia de luta reúne militantes de diversas categorias na capital federal

O movimento, que cresce a cada semana, conta com a participação de diversas entidades do setor público e privado, além de estudantes e outros segmentos

Marina Maria

Nesta quarta-feira (20), a militância de Brasília voltou a tomar as ruas contra a PEC 32. Pela manhã, a concentração aconteceu no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios. Em seguida, os manifestantes realizaram uma caminhada até o anexo II da Câmara dos Deputados, onde ficaram concentrados o resto do dia, pressionando os parlamentares a votarem contra a proposta, que é ruim para as servidoras públicas e os servidores públicos, mas ainda pior para a sociedade.

Mais do que nunca, o povo brasileiro sofre com a redução de investimentos no setor público, sobretudo em saúde, educação e assistência social, áreas que foram intensamente prejudicadas com o cenário pandêmico mal administrado pelo governo Bolsonaro. Caso a PEC 32 seja aprovada, o desmantelamento das políticas públicas e, por conseguinte dos direitos da população, será total, como alertou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. “Essa proposta representa a destruição dos serviços públicos. Por isso, a militância de Brasília segue em mobilização permanente para defender os direitos da classe trabalhadora”.

A presidenta da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam), Jucélia Vargas, condenou, durante a concentração do ato, os ataques do governo Bolsonaro aos familiares das vítimas de Covid-19, que aconteceu durante a CPI essa semana.

“Esse é um tema difícil pra eu falar, porque eu também perdi alguém que eu amava muito para essa pandemia e sei que talvez a morte do meu irmão mais novo poderia ter sido evitada se esse governo tivesse cumprido o seu papel, que é cuidar das pessoas. É por isso que nós não vamos descansar. Essa PEC 32 não vai passar. Esse governo vai ser derrotado pelas mãos da classe trabalhadora, que nunca deixou as ruas. Os nossos direitos têm cheiro de suor e têm gosto de sangue. Sangue da nossa luta e da nossa coragem”, afirmou a dirigente sindical.

Jucélia afirmou ainda que essa luta, que já dura meses, vai continuar até que a proposta seja derrotada. “Em nome de cada brasileiro e brasileira que perderam as suas vidas por falta de políticas públicas, por falta de vergonha na cara desses corruptos que ocupam o poder para enriquecer a si mesmos, nós não vamos arredar o pé. Em nome da Central Única dos Trabalhadores, conclamo cada um e cada uma, não temos o direito de desistir, não temos o direito de esmorecer, pelos que vieram antes de nós, pelos que virão depois de nós”, disse a sindicalista.

Ainda nesta quarta-feira, as trabalhadoras e trabalhadores dos Correios também realizaram um ato contra a privatização da empresa, que tramita no Senado Federal e pode ocasionar o fim dos serviços postais em diversas partes do país, além do aumento de tarifas, demissão em massa da categoria, dentre outros malefícios.