A secretária de Saúde do Trabalhador da CUT-DF destaca que o cenário poderia ter sido evitado, se tivessem sido implementadas políticas preventivas desde as primeiras notificações
O DF enfrenta uma situação de emergência devido à epidemia de dengue. Com hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) lotados, o cenário tem deixado a população apreensiva. Só este ano, foram registrados mais de 47.400 mil casos prováveis, além de 11 mortes decorrentes da picada do mosquito aedes aegypti.
Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga, Samambaia e Brazlândia estão entre as regiões com maior incidência de contaminação. Diante da calamidade, o GDF decretou situação de emergência na saúde pública e chegou a pedir apoio ao Exército Brasileiro para combater a doença.
“Não era pra chegarmos a esse ponto”
Na avaliação da secretária de Saúde do Trabalhador da CUT-DF, Conceição Costa, esse cenário poderia ter sido evitado, a partir da implementação de políticas preventivas desde as primeiras notificações, o que não ocorreu.
“A dengue é uma doença que tem ocorrência todos os anos. Dessa forma, não era pra chegarmos a esse ponto. O GDF preferiu agir tardiamente, com ações pontuais que, como mostram os dados, não têm sido suficientes. Faltou organização para lidar com o problema recorrente. Como consequência, quem sofre é a população”, disse a sindicalista.
A negligência com a política de combate ao aedes aegypti não é de hoje. Em 2022, a CUT-DF denunciou um aumento de 3.400% dos casos de dengue no DF. Anos depois, o cenário se repete: faltam materiais e insumos necessários, além de profissionais para atender a população.
“A saúde do DF pede socorro! O povo não aguenta mais tamanho descaso. É urgente a valorização da saúde pública e de seus profissionais, além da contratação de outros, por meio de concurso público. Só assim, teremos um serviço capaz de atender às demandas sociais”, afirmou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Saiba como prevenir
A dengue é uma doença causada pela picada do mosquito aedes aegypti, que se prolifera em água parada. Os principais sintomas são febre alta (acima de 38°C), dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo. Em alguns casos, porém, a infecção pode ser assintomática ou apresentar quadros mais leves.
Para eliminar os criadouros, o Ministério da Saúde recomenda que alguns cuidados devem ser tomados pela população, em paralelo às ações governamentais. O principal deles é evitar o acúmulo de água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos, lixeiras e outros.
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