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DF atua no combate à dengue com redução de recursos humanos e financeiros

Pesquisa apurou que a rede pública de saúde perdeu 36% dos agentes que combatem a doença além de ter deixado de investir, na última década, mais de 200 milhões na prevenção e combate à dengue

Publicado: 01 Fevereiro, 2024 - 14h44 | Última modificação: 01 Fevereiro, 2024 - 14h47

Escrito por: CUT-DF com informações do Metrópoles

Getty Images
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O combate à dengue depende de uma série de fatores. A conscientização da população, busca por áreas de risco, fiscalização das residências e vias públicas, capacitação de profissionais de saúde para identificar os sintomas na comunidade, entre vários outros caminhos de atuação. Em comum, porém, o que todos eles têm é a necessidade de contar com recursos humanos e financeiros para serem efetivados. Segundo informações divulgadas nos últimos dias, o DF, que vive uma epidemia da doença, perdeu no ano passado  36,7% da força de trabalho para combater os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além disso, na última década, os governos deixaram de investir R$ 241 milhões na prevenção de vírus transmitidos por insetos e aracnídeos, o que inclui a dengue, zika, chikungunya e febre amarela, por exemplo.

Conforme noticiado pelo Portal Metrópoles, o DF não nomeava agentes de saúde e vigilância havia 11 anos. Para estancar o déficit de profissionais na linha de frente para conter a dengue e outras doenças, a Secretaria de Saúde nomeou profissionais temporários, cujos contratos acabaram no segundo semestre de 2023, deixando esse rombo na força de trabalho necessária para conter o avanço da doença.

Segundo o Portal da Transparência do DF, em setembro de 2023 a rede pública tinha 2.120 Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) e Agentes de Vigilância Ambiental (AVAs). Deste total, 776 servidores eram temporários. Todos foram dispensados com o fim dos contratos. O DF contava com 1.314 ACSs. Deste total, 361 eram temporários e representavam 27% do efetivo. O efetivo de AVAs somava 806 profissionais, mas 436 não eram concursados. Percentualmente, esse grupo representava 54% da força de trabalho da carreira, ou seja, era mais da metade.

Tragédia anunciada

Segundo o deputado distrital Gabriel Magno (PT), a explosão de casos de dengue é uma “tragédia anunciada”, pois a rede pública sofreu um verdadeiro “desmonte”. O parlamentar apresentou representação denunciando o caso ao Tribunal de Contas do DF (TCDF).

“Desde agosto do ano passado estamos alertando sobre o risco na falta de profissionais como agentes em Vigilância Ambiental e dos agentes Comunitários de Saúde, responsáveis por esse combate, sem que as providências sejam adotadas”, afirmou.

Ao final dos contratos temporários, em outubro de 2023, o deputado distrital Jorge Vianna (PSD) também alertou a secretaria de saúde. “Ia começar o período chuvoso e os ovos do mosquito iam começar eclodir. Era preciso renovar as contratações ou fazer novas. Faltou empenho da secretaria. Ficamos sem nosso principal combatente”, comentou.

Para Vianna, a luta contra a dengue exige esforço diário do DF. Além de contratar pessoal, é preciso a adoção de campanhas educativas e de novas tecnologias, a exemplo do uso de armadilhas para o mosquito. Do ponto de vista do parlamentar, as estratégias atuais do DF são básicas e é preciso atualizar a forma de luta contra a doença.

Estima-se que cerca de 30 mil pessoas tenham se contaminado com dengue esse ano no DF. São seis mortes confirmadas e 24 em investigação.

Com informações de Metrópoles.