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Desigualdade Salarial persiste, e governo anuncia medidas em prol da equidade

Relatório divulgado no Dia da Igualdade Salarial aponta que,mesmo com a aprovação da Lei, empresas ainda não corrigiram os salários das trabalhadoras

Publicado: 19 Setembro, 2024 - 10h34

Escrito por: Marina Maria | Editado por: Leandro Gomes

Agência Brasil
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Erradicar a desigualdade salarial entre mulheres e homens ainda parece uma realidade distante, de acordo com o 2° Relatório de Transparência Salarial, lançado pelo Governo Federal nessa terça (18). Apesar dos esforços dos ministérios em aprovar uma legislação específica sobre o tema, as empresas com mais de 100 funcionários - referência para a realização da pesquisa - continuavam pagando em média 20,7% a menos para as mulheres no ano de 2023.

Visando reduzir essa injustiça, o governo anunciou 79 ações focadas na promoção da igualdade de gênero no ambiente de trabalho. Entre elas, medidas para ampliar a participação e facilitar a permanênciadas mulheres no mercado, combater as discriminações e promover ascensão aos cargos de liderança.

“Além da gente fazer a legislação em si, precisam ser criados mecanismos de implementação, de fiscalização e métodos de punição para empresas que não cumprirem a Lei, sejam elas estatais, mistas ou privadas”, afirmou a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães.

Para a dirigente, a maior dificuldade é a mudança de cultura na sociedade. “Muitas pessoas ainda acham que as mulheres merecem menos, merecem menos autonomia, menos liberdade, menores remunerações. Além disso, as empresas enxergam aí uma mão de obra que pode ser explorada com o objetivo de aumentar o lucro”, explicou Thaísa.

O relatório, apresentado no Dia da Igualdade Salarial, mostra também o grande abismo racial que as trabalhadoras enfrentam. De acordo com os dados coletados, mulheres negras recebem em média a metade do salário de homens brancos e sua presença se restringem ao máximo de 10% dos trabalhadores dos estabelecimentos analisados.

“A data deve ser usada para conscientizar trabalhadoras sobre seus direitos, ensinar como denunciar empresas que não cumprem a legislação e promover o debate nas empresas, incluindo cláusulas que garantam não apenas a igualdade de salários, mas também de oportunidades de carreira. Mesmo com a lei vigente há mais de 40 anos, a igualdade salarial ainda não é uma realidade, e esse dia serve como reflexão e estímulo para continuar a luta por essa conquista”, salientou a Secretária Nacional da Mulher Trabalhadora, Amanda Gomes Corcino.

A análise mostra ainda que apenas 35,3% das empresas têm alguma política de incentivo à contratação das mulheres e apenas 22,9% delas oferecem auxílio creche. Além disso, mesmo nos cargos de direção e gerência, as mulheres ganham, em média, 73% dos salários dos homens que exercem a mesma função.

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