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CUT realiza debate sobre cultura na perspectiva da classe trabalhadora

Em última edição do ano, o CUT no Eixo teve roda de conversa e apresentação de samba no domingo (13)

Publicado: 15 Outubro, 2024 - 15h20

Escrito por: Marina Maria | Editado por: Leandro Gomes

Leandro Gomes
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Além de ser um direito da classe trabalhadora e de toda a sociedade, a cultura é fonte de emprego, renda, investimento, propagação de ideias e resistência. No DF, ela ainda é constantemente alvo de repressão e ataques, como recentemente aconteceu no Eixão do Lazer

Considerando tanto os trabalhadores do setor cultural quanto da cultura de forma mais ampla, a edição de outubro do CUT no Eixo debateu o tema com militantes do setor, artistas, técnicos e profissionais de áreas relacionadas, no último domingo (13).

“Escolhemos o tema após os ataques do governo Ibaneis que culminaram em uma absurda ação do GDF no Eixão do Lazer, mas também tendo em vista um processo intenso de repressão das atividades culturais na capital”, explicou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. 

O sindicalista lembrou ainda a enorme gama de trabalhadoras e trabalhadores em volta do setor cultural, que engloba não apenas os artistas, mas toda uma estrutura nos eventos. “Muitas vezes o ambulante que trabalha aqui no Eixão do Lazer só tem essa fonte de renda que garante o seu sustento e o de sua família”, lembrou.

Para Claudinei Pirelli, produtor cultural, uma das principais dificuldades enfrentadas pela classe artística é a falta de pertencimento e reconhecimento dos profissionais enquanto trabalhadores e trabalhadoras. “Essa situação se agrava por estarmos sempre em um espaço de informalidade e precarização”, explicou.

“É necessário pensar os direitos dos trabalhadores da cultura, uma categoriaque precisa se fortalecer enquanto classe para enfrentar as ofensivas”, afirmou Pirelli. De acordo com o ativista, o setor é alvo de tantos ataques por combater o conservadorismo crescente em nossa sociedade. 

Sem elitismo  

A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães, alertou a militância presente sobre a elitização que existe acerca do tema. “O debate sobre a cultura se mistura com o direito à cidade. Discutir cinema, samba, choro, não faz parte da realidade de muitas pessoas. A cultura é vida nos territórios, pertence à vida da população como uma expressão de pertencimento que não é a mesma presente aqui no Plano Piloto, por exemplo”. Diante disso, a dirigente afirmou que é necessário fazer o debate de forma horizontal, sem fomentar preconceitos sociais ou eleger determinada expressão cultural como “certa” ou “melhor” do que as outras, mas adaptando a linguagem de acordo com a realidade em que as pessoas estão inseridas.

CUT no Eixo

O CUT no Eixo é um projeto político-cultural realizado pela CUT-DF em parceria com sindicatos CUTistas e movimentos. O evento aconteceu em 2024, após o sucesso do 1° de maio no Eixão do Lazer. Ao longo de cinco edições, foram debatidos temas como saúde, reforma agrária e análise de conjuntura. Em 2025, o projeto será retomado no período de seca do Distrito Federal, sempre com debate e apresentações culturais.