CUT e sindicatos denunciam embaixada do Japão por violação de direitos trabalhistas
Segundo o Sindnações, quatro funcionários foram demitidos há quatro meses e, até o momento, não receberam os direitos previstos em lei
Publicado: 12 Julho, 2024 - 09h42 | Última modificação: 12 Julho, 2024 - 15h41
Escrito por: Leandro Gomes
Em ato realizado na manhã desta quinta-feira (11), a CUT-DF e sindicatos denunciaram a embaixada do Japão pela ausência de pagamento das indenizações trabalhistas a quatro trabalhadores que foram demitidos sem justa causa.
Segundo o Sindnações, entidade sindical que representa o grupo, os funcionários foram demitidos há quatro meses e, até o momento, não receberam os direitos previstos em lei. Um deles, inclusive, tinham mais de 30 anos de serviço. Além disso, o Sindicato aponta que os representantes da embaixada seguem fechados para negociações.
“Não estamos pedindo nenhum favor, só estamos pedindo que a embaixada do Japão cumpra com suas obrigações trabalhistas, como nossa embaixada brasileira cumpre lá no Japão. Seguiremos em luta até que a embaixada pague todos os direitos”, afirmou o presidente do Sindnações, Raimundo Oliveira.
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Embaixada age na ilegalidade
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues, destacou que a embaixada age na ilegalidade ao negar direitos aos trabalhadores. Diante disso, o sindicalista afirmou que a Central denunciará a representação do Japão à Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“É muito importante a gente entender que o que está acontecendo aqui é a reivindicação de que se cumpra a legislação brasileira, o que a embaixada está negando. Negou férias, direitos trabalhistas, direitos sociais e agora demite os trabalhadores sem pagar as indenizações devidas. Nós continuaremos mobilizados até que os valores sejam devidamente pagos”, afirmou.
Mais que problemas financeiros
Para além de dificuldades financeiras, a negligência da embaixada tem gerado outros problemas aos trabalhadores demitidos. Um deles, que prefere não se identificar, conta que a situação está insustentável.
“Ultimamente, a gente tá passando uma situação difícil porque estamos há quatro meses sem receber nada. Já estamos tendo, inclusive, problemas dentro de casa por conta da questão financeira e por não ter nenhuma renda. Seguimos até agora esperando uma posição da embaixada, e nada de conversa”, disse.
Solidariedade de classe
O secretário de Administração e Finanças da CUT-DF, Washington Domingues, participou da atividade e deixou uma palavra de apoio aos trabalhadores. “Não desanimem. A CUT e o Sindnações não medirão esforços para reverter a situação e garantir que vocês tenham seus direitos respeitados”, afirmou.
O presidente da Federação dos Trabalhadores do Comércio e Serviços (Fetracom-DF), Alberto Santos, também esteve presente no ato e demonstrou solidariedade ao grupo. “A embaixada está lesando os trabalhadores e negando direitos. Isso é inaceitável. A Fetracom se soma à luta e fortalecerá essa mobilização”, disse.