Escrito por: Leandro Gomes
O sindicalista teve papel fundamental na criação da Central e foi o primeiro presidente do Seeb-DF
Na próxima segunda-feira (27), a CUT-DF, em parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília (Seeb-DF), realiza homenagem a Adelino Cassis. Na ocasião, será reinaugurado o painel que estampa a entrada do auditório da Central. A obra faz um apanhando da história do militante e relembra a importância do sindicalista ao longo dos anos na luta por direitos. A atividade acontece a partir das 17h, e marca ainda os 62 anos do Seeb-DF, comemorados nesta quinta (23).
“Será uma justa homenagem ao companheiro Adelino que foi tão importante para nossa Central e para a construção do Sindicato dos Bancários. Ao longo dos anos, o sindicalista trilhou um caminho de lutas e construiu uma trajetória que jamais será esquecida”, disse o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.
Adelino Cassis
Natural do Rio de Janeiro, foi em Brasília que Adelino Cassis teve destaque em sua atuação política. Na capital federal, o militante fundou o Sindicato dos Bancários e teve papel fundamental na construção da CUT-DF. Até a locação do auditório da Central, onde até hoje são travadas as lutas mais importantes da classe trabalhadora, foi obra dele.
Perseguido pela Ditadura Militar, o militante foi demitido do Banco do Brasil e, com a Lei da Anistia, em 1979, foi aposentado pela Instituição. Na época fundou a Associação de Aposentados e Pensionistas, uma das primeiras entidades a filiar-se à CUT.
Adelino faleceu, aos 88 anos, no dia 31 de julho de 2011.
62 anos do Sindicato dos Bancários
Cassis foi também o primeiro presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, que hoje completa 62 anos. Criada em 23 de novembro de 1961, a entidade tem mantido uma trajetória de forte atuação e defesa intransigente dos direitos da categoria e coletivos.
Em junho de 1962, organizados pelo Seeb-DF, os bancários de Brasília realizaram a primeira greve histórica da categoria, que durou 17 dias. Em 6 de dezembro do mesmo ano, os trabalhadores participaram da greve nacional de 24 horas dos bancários pela manutenção do 13º salário, ameaçado de extinção por um projeto de lei que tramitava no Congresso Nacional.
Durante a ditadura militar, assim como outras organizações democráticas, o Seeb-DF sofreu forte repressão e chegou, inclusive, a ser controlado por interventores nomeados pelo governo. Mas o Sindicato não se rendeu, e participou de diversos movimentos, como as Diretas Já, pela redemocratização do país.
Com uma luta ferrenha ao longo dos anos para garantir melhores condições de trabalho, qualidade de vida, saúde e segurança aos bancários, o Sindicato ampliou sua base e, hoje, representa também os trabalhadores do ramo financeiro do DF.
Desde a sua criação, três presidentes do Sindicato já presidiram também a CUT-DF. São eles, Jacy Afonso, Erika Kokay e Rodrigo Britto, atualmente secretário de Comunicação da Central.
“Foi uma honra presidir o Sindicato dos Bancários de Brasília entre 2007 e 2013. A história do Sindicato se mistura com a de Brasília e, durante nossa gestão, escrevemos lindos capítulos de solidariedade de classe e construção da organização dos trabalhadores do ramo financeiro”, afirma Rodrigo Britto.
Britto lembra ainda das paralisações realizadas pelos bancários de Brasília e do apoio a movimentos paredistas de outros trabalhadores.
“Fizemos e apoiamos diversas greves, seja da categoria bancária ou de outras bases CUTistas. Conquistamos, todos os anos, aumento real de salários e novas conquistas. Atualizamos nosso Estatuto Social, aumentamos expressivamente a sindicalização e, em 2010, elegemos na direção do Sindicato a primeira trabalhadora oriunda de cooperativa de crédito, Talita Régia, e o nosso companheiro José Avelino, em 2011, representando Brasília, como presidente da nossa Federação - Fetec-CUT/CN”, disse.
“Os bancários do Distrito Federal precisam conhecer a história do Sindicato para poder dar prosseguimento ao ideal de lutas que deu certo. Vida longa ao Sindicato dos Bancários de Brasília!”, finalizou Rodrigo Britto.
Eduardo Araújo, atual presidente da entidade, destacou que desde a inauguração da capital federal, os bancários imediatamente se organizaram. Para o dirigente sindical, o maior desafio da categoria atualmente é a preservação e valorização dos serviços da mesma, mesmo diante dos avanços tecnológicos e do sistema de terceirização das atividades.