Escrito por: CUT-DF

CUT-DF e movimentos reforçam urgência de abertura da CPI da Saúde

Gestão privatista, omissa e desorganizada ameaça a vida e o bem estar da população do DF

Marcella Rodrigues/G1 DF

Mesmo com a mobilização da CUT-DF, de movimentos populares e familiares das vítimas da negligência no sistema de saúde pública do DF, os parlamentares da base do governador Ibaneis decidiram adiar a abertura imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde.

Até então, oito deputados distritais tinham assinado o requerimento para a instauração da CPI:Fábio Felix (Psol), Gabriel Magno (PT), Max Maciel (Psol), Dayse Amarilio (PSB), Chico Vigilante (PT) e Ricardo Vale (PT).

No entanto, de acordo com as regras do regimento interno da Câmara Legislativa do DF, não é possível criar CPI enquanto estiverem funcionando pelo menos duas outras, a não ser que a solicitação tenha sido requerida por pela maioria dos membros da Casa, ou seja, 13 parlamentares.

Porém, apesar da urgência sobre o tema da saúde pública, serão abertas duas outras Comissões de Investigação, a Fraudes ao ICMS e a do Combate à Violência contra a Mulher.

“Agora é hora de fortalecermos a mobilização e pressionarmos os demais parlamentares que ainda não assinaram o documento. É urgente que se investigue e aponte por que a saúde está sendo tão negligenciada. A partir de esse instrumento poderemos ter os apontamentos para a melhoria do serviço, que tanto faz falta à classe trabalhadora do DF, a principal afetada com esse descaso. Saúde é direito de todos e dever do Estado e, se o governo não garante o acesso, precisamos cobrar”, afirmou o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues.

Mobilização

A mobilização pela abertura da CPI tem o apoio da CUT-DF e de vários segmentos da população. Na tarde dessa terça-feira (4), movimentos populares chegaram a realizar ato reivindicando a investigação. A mobilização, começou em frente ao Palácio do Buriti, sede do GDF, e seguiu para a CLDF, onde acontecia sessão ordinária. 

Já no começo desta semana, a Central assinou Carta Aberta à População do DF pela Abertura e Instalação da Comissão. Entre outros pontos, o documento aponta a inércia do GDF como fator determinante para a crise estrutural no sistema de saúde pública da capital.

O texto lembra ainda que o cenário teve considerável piora a partir do governo Ibaneis e da terceirização da saúde, por meio do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGES-DF), em 2019.

Desde então, o que se vê é a saúde pedindo socorro. As longas filas para atendimentos e marcação de consultas, e inclusive mortes decorrentes de negligência, se tornaram marca registrada na capital federal.

“Este cenário corrobora com os problemas estruturais e de financiamento da saúde pública da cidade. O déficit de servidores na pasta é de quase 25 mil profissionais, dentre médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros, agentes comunitários, especialistas, entre outros, a infraestrutura de hospitais e unidades básicas é insuficiente, e acima de tudo precária”, destaca o documento.

Leia aqui a integra da Carta Aberta.