CUT-DF debate novos rumos do sindicalismo ao fim da 17° Plenária Distrital
Em Brasília, evento reuniu diversas categorias em torno de debates fundamentais para o futuro da classe trabalhadora
Publicado: 01 Setembro, 2025 - 20h12 | Última modificação: 09 Setembro, 2025 - 08h33
Escrito por: Marina Maria
A 17° Plenária Distrital da CUT-DF chegou ao fim no último sábado (30). O evento contou com a participação de 257 delegadas e delegados, representando dezenas de categorias. Os/as sindicalistas aprovaram 52 emendas ao texto base da 17° Plenária Nacional da CUT - João Batista Gomes e a delegação que vai participar do evento. A Plenária Nacional será realizada do dia 14 ao dia 18 de outubro.
Em Brasília, foram aprovadas ainda oito moções de apoio, repúdio ou protesto, com temas como a valorização da justiça do trabalho, o respeito aos/às professores/as e a defesa da soberania nacional. Também aconteceu, no encerramento da Plenária, a recomposição da diretoria estadual da entidade e uma homenagem à Valda Eustáquia, que faleceu durante exercício de seu mandato na CUT-DF. Agora, Maria do Socorro, diretora do mesmo sindicato de Valda (Sindsep/DF) assume o cargo na direção estadual até 2027.
Novos tempos, Novos desafios
“Se quisermos que o sindicalismo tenha futuro, precisamos nos reinventar. Isso significa trazer para a mesa de negociação coletiva os impactos da crise climática e das condições de vida, abrir os sindicatos para as novas gerações e para populações diversas e organizar os trabalhadores informais, que hoje já são a maioria no Brasil”, afirmou o secretário de Relações Internacionais da CUT, Antônio Lisboa.
O dirigente sindical afirmou que restará muito pouco para os sindicatos caso não haja uma nova perspectiva de representatividade. “É fundamental ampliar a filiação às categorias que vão além do trabalho formal”, disse.
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Lisboa apresentou um panorama sobre as crises mundiais enfrentadas no período atual. “De um lado, as guerras, como na Ucrânia e em Gaza, sendo que esta última não pode ser chamada apenas de conflito, mas sim de um verdadeiro massacre. De outro, a crise dos refugiados, que desloca milhões de pessoas ao longo de todo o ano. Somam-se a isso a crise climática, que em 2024 já fez a temperatura média do planeta atingir 1,55°C acima do período pré-industrial, com impactos profundos sobre a vida, o trabalho e a sobrevivência das populações”, explicou.
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“Diante desse cenário, nosso primeiro grande desafio é vencer as eleições de 2026. Para alcançar esse objetivo, precisamos manter a mobilização e ampliar a luta. É necessário ocupar as ruas no 7 de setembro, combater a escala 6x1 que adoece e precariza os trabalhadores, lutar pela taxação dos super-ricos e aprofundar a democracia, a representatividade e a negociação coletiva. Também precisamos incorporar às nossas pautas as lutas de gênero, de raça, da juventude e do meio ambiente, entendendo que não há desenvolvimento sustentável sem justiça social”, conclamou o secretário de Relações Internacionais da CUT.
Em Brasília, o Grito dos Excluídos, tradicional mobilização do Dia da Independência, vai acontecer a partir das 10h do próximo domingo (7), na praça Zumbi dos Palmares. O ato é convocado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e terá a participação da CUT e de outros movimentos sociais.
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