Escrito por: Marina Maria
Encontro de mulheres LBT’s e não bináries discutiu temas como discriminação no mercado de trabalho, desafios na construção das políticas públicas e avanços conquistados pelo movimento sindical
Ainda são grandes os obstáculos enfrentados para garantir a cidadania plena para as mulheres em nossa sociedade. Essa situação adquire outras complexidades quando se trata daquelas que são LBT’s e não-bináries. E, para tratar dessas pautas específicas, a Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-DF realizou, no último sábado (15), uma roda de conversa sobre o tema.
A atividade contou com a participação dos sindicatos filiados à Central e com exposições de Rose Uranga, do coletivo LGBTQIA+ da CUT, Alê Lopes, feminista e artivista LGBTQIAPN+, e Lucci Laporta, militante transfeminista.
leandro gomes
Para a militante, o capitalismo necessita do racismo, do machismo e de outras formas de opressão para se perpetuar. “Então, a classe trabalhadora, em sua luta, precisa levar tudo isso em consideração. Não pode existir uma luta pela libertação da classe trabalhadora que não seja feminista e que não leve em conta que a maioria da classe trabalhadora é negra. Aí a gente vai estar libertando só uma parte da classe trabalhadora e não vai estar libertando ninguém”, afirmou.
Alê Lopes, servidora pública, arte-educadora e pessoa não-binárie, ponderou que a humanidade das pessoas não é ─ e não deve ser ─ deixada do lado de fora do ambiente de trabalho. “Eu não vou deixar de ser pessoa não-binárie quando entro na escola. Existem pessoas que tem a passabilidade e não vão passar pelas coisas que eu passo. Desde criança, olhavam para mim e perguntavam se eu era menina ou menino”, exemplificou Alê, que hoje também auxilia crianças e adolescentes que passam por situações como as que ela sofreu.
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O coletivo
Rose Uranga, da base do Sindicato dos Assistentes em Educação (SAE-DF) e integrante do Coletivo LGBT da CUT, falou sobre as trocas e conquistas desse recente espaço, mas que já é responsável por grandes avanços.
“No ano passado, tivemos uma grande conquista, que foi a criação da Secretaria Nacional LGBTQIA+ da CUT. Foi um passo a mais para criar as secretarias nos sindicatos. Muito importante esse espaço porque a sociedade é constituída pela classe trabalhadora”, disse.
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A sindicalista relatou ainda as conquistas que estão sendo travadas, inclusive em acordos e convenções coletivas para maior proteção das pessoas LGBTs nos ambientes laborais.
“É muito satisfatório para nós termos esse tipo de discussão dentro do ambiente sindical, que ainda tem uma predominância de homens brancos, cis e heterossexuais em suas direções. Abrir os olhares e perspectivas para a diversidade da classe trabalhadora é fundamental para que o nosso movimento se aprofunde, se aprimore e sobreviva”, refletiu a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-DF, Thaísa Magalhães.
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