NOTA DE REPÚDIO | “O bom de transar com uma deficiente mental é que ela não fala, só geme”, dizem humoristas
Nesta quinta (17), o Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal lançou uma nota de repúdio aos humoristas Dihh Lopes e Abner Henrique, que feriram a dignidade humana das pessoas com deficiência, principalmente as mulheres, através pseudo piadas. Durante a exibição do programa “Piadas para a família”, veiculado no Youtube, os comediantes disseram que […]
Publicado: 17 Outubro, 2019 - 17h08
Escrito por: Leandro Gomes
Nesta quinta (17), o Coletivo de Mulheres com Deficiência do Distrito Federal lançou uma nota de repúdio aos humoristas Dihh Lopes e Abner Henrique, que feriram a dignidade humana das pessoas com deficiência, principalmente as mulheres, através pseudo piadas.
Durante a exibição do programa “Piadas para a família”, veiculado no Youtube, os comediantes disseram que “o bom de transar com uma deficiente mental é que ela não fala, só geme”. Além disso, no decorrer do vídeo, foram realizados inúmeros ataques revestidos de piadas.
Na nota, o Coletivo destacou que ao disseminar esse tipo de “piada”, os humoristas prestam um desserviço social, já que “induzem seus milhares de seguidores a considerarem normal ridicularizar pessoas com deficiência”.
“A nossa indignação é que eles nos trataram com extremo desrespeito, atentando contra nossa dignidade e afrontando nossa luta diária para vencer as barreiras que nos são impostas pela sociedade. Uma sociedade que, muitas vezes, é preconceituosa em relação às nossas capacidades”, disse a vice-presidente do Coletivo e integrante do Coletivo de Pessoas com Deficiência da CUT Brasília, Anna Paula Feminella.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 17% das vítimas de violência sexual são pessoas com deficiência intelectual. No entanto, esse número pode ser maior, já que, no Brasil, esse tipo de violência é pouco notificada às autoridades. Para Anna Paula, as poucas notificações ocorrem devido à falta de credibilidade por parte dos agentes públicos. ” A nossa sociedade é tão preconceituosa que até uma queixa de uma pessoa com deficiência é subestimada”, afirmou.
“É preciso acabar com esse tipo de preconceito e fazer humor com consciência social. As piadas foram ofensivas em relação à nossa vida e ao nosso direito de ir e vir, de se comunicar e de agir. Há que se re conhecer todas as diversidades humanas. Não é porque estamos foram dos padrões considerados aceitáveis como belo, que nós podemos fazer piadas ou ridicularizar.
Leia a nota completa aqui .
Fonte: CUT Brasília