Bombeiros civis do DF fecham CCT e realizam ato em defesa das mulheres
A assembleia que aprovou a CCT foi marcada também por ato em defesa das mulheres
Publicado: 09 Fevereiro, 2021 - 15h44 | Última modificação: 09 Fevereiro, 2021 - 16h04
Escrito por: Leandro Gomes
Em assembleia realizada nessa segunda-feira (8), os bombeiros civis do DF aprovaram a contraposta proposta do sindicato patronal e fecharam a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2021.
Entre outros pontos, a categoria conquistou reajuste de 3% no salário e de 5,6% no vale-alimentação, além de uma cláusula que garante estabilidade de 30 caso haja vacância no intervalo de troca de empresas.
De acordo com o presidente do SindBombeiros-DF − Sindicato que representa a categoria −, Felipe Araújo, as negociações foram bastante complicadas e os patrões tentaram a todo custo alterar a escala de serviço da categoria, hoje no regime de 12 por 36, sem exceder as 36 horas semanais.
"Nos tivemos que endurecer as negociações e, por isso, a demora para fecharmos o acordo. Infelizmente, os empresários usam o momento de dificuldade − a exemplo da pandemia − como oportunidade para tentativa de retirar direitos. Dessa forma, nossa negociação foi pautada na queda de braço, em que os patrões queriam retirar direitos e nós, o sindicato, lutamos para garantí-los e ampliá-los", disse.
Pela vida das mulheres
A assembleia que aprovou a CCT foi marcada também por ato em defesa das mulheres. Na atividade, o SindBombeiros distribuiu flores brancas às mulheres presentes se solidarizou a elas pelas violências sofridas cotidianamente. A ação simbólica foi motivada, entre outros pontos, por um caso execrável que ocorreu recentemente em um quartel de bombeiros militares do DF.
Na última quarta-feira (3), um bombeiro militar foi preso em flagrante após filmar uma colega que tomava banho na corporação. O caso foi confirmado pelas câmeras de segurança do alojamento e o homem foi levado para a Papudinha, unidade onde policiais e bombeiros são encarcerados.
Araújo destacou que a ação foi um ato de solidariedade e de repúdio a toda e qualquer forma de violência cometida contra a mulher. O dirigente sindical ressaltou ainda que, diante da quantidade de casos feminicídio, as entidades sindicais precisam se posicionar.
"Essa ação simbolizou a paz e a liberdade que nós desejamos que as mulheres tenham em todos os espaços. Espero que nosso ato motive outras entidades a também se manifestarem. E, se conseguirmos influenciar mesmo que seja apenas um homem a reavaliar a forma que ele trata uma mulher, nosso ato já valeu", disse.